sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL!

 Um menino nos nasceu, um filho se nos deu. Seu nome, maravilhoso, Deus forte, pai de eternidade, principe da paz" Feliz Natal a todos.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Orçamento para educação no Plano Nacional é preocupante, diz especialista

Orçamento para educação no Plano Nacional é preocupante, diz especialista

Sarah Fernandes
As diretrizes de orçamento do novo Plano Nacional de Educação, lançado na última quarta-feira (14/12), são considerada tímidas e preocupantes para movimentos ligados à área. Isso porque o investimento público direcionado ao ensino foi considerado insuficiente para cumprir as metas estabelecidas.

O Plano — que vai nortear as políticas públicas de ensino entre 2011 e 2020 — prevê repassar 7% do Produto Interno Bruto (PIB) para área até 2020. No entanto, a Conferência Nacional de Educação (Conae), onde foram levantadas as diretrizes, aprovou esse valor até o final de 2011, sendo que o montante deveria seguir crescendo, até alcançar 10% em 2014.

Em 2009 a educação recebeu 5% do PIB, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

“Os valores sugeridos pela Conae partiram de estudos e pesquisas. Para cumprir as metas precisaríamos de pelo menos 8% do PIB para educação, mantendo esse valor por no mínimo seis anos”, afirma o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara.

O eixo de orçamento tem sido o mais polêmico no Plano, desde as votações na Conae. O primeiro lançamento do documento, marcado para 29 de novembro, foi adiado devido a revisões nas diretrizes de investimento, como afirmou o Conselho Nacional de Educação na época.

“Só poderemos dar conta do Plano se houver dinheiro público para educação”, afirma o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches. “A própria presidente eleita se comprometeu com a necessidade de chegar a 7% pelo menos até 2014”.

Entre as estratégias previstas no Plano para alcançar os 7% do PIB está garantir fonte de financiamento permanente, aperfeiçoar mecanismos de acompanhamento da arrecadação e destinar recursos do Fundo Social ao desenvolvimento do ensino.

“O melhor rendimento em avaliações como Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Alunos] e Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] são exatamente das regiões com mais recursos”, avalia Sanches. “Mais verba significaria melhor infraestrutura e uma carreira mais atraente para os professores”.

Custo por aluno

A inclusão do Custo Aluno Qualidade (CAQi) no Plano foi considerada fraca pelos especialistas. O indicador, que determina um valor mínimo de investimento por aluno por ano, foi um dos pontos mais debatidos e bem aceitos da Conferência.

“O documento determina que, em 10 anos, o indicador deve ser definido, porém é muito tempo para esse processo. O ideal que é que ele seja implantado nesse período”, afirma Daniel Cara, da Campanha Nacional pela Educação.

Ele prevê acompanhar a aprovação do documento no Congresso Nacional para pedir a revisão dessa estratégia. Além disso, vai apresentar um conjunto de emendas para aperfeiçoar o Plano, sugerindo ações voltadas especificamente para estados e municípios e a elaboração de metas intermediárias, que deveriam ser cumpridas antes dos 10 anos de validade do plano.

Mudanças e acertos

Para o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Carlos Sanches, o Plano teve acertos, como a pré-determinação notas do Ideb dos próximos anos e a atenção à educação de indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais.

No entanto, elas ficaram enfraquecidas em políticas complementares, como o transporte. “O Plano apresenta estratégias apenas para as frotas de veículo, mas esse não é o único fator determinante do transporte escolar”, avalia.

sábado, 11 de dezembro de 2010

NOEL ROSA


O Rio onde Noel vive

Taberna que artista frequentava ainda existe na Glória, assim como o casario da Rua das Marrecas, outros lugares homenageiam o compositor

KAMILLE VIOLA

A rainha de bateria Sabrina Sato é uma das atrações dos ensaios semanais da agremiação | Foto: Ag. News
Rio - Em 11 de dezembro de 1910 nascia Noel Rosa, um dos maiores nomes da música brasileira. Exatos cem anos depois, não é só no imaginário popular ou no coração dos fãs que ele ainda vive: ainda resistem na cidade lugares que fizeram parte da história do compositor.
Noel viveu e cantou Vila Isabel a ponto de sua história fundir-se com a do bairro. Logo na entrada da Avenida Vinte e Oito de Setembro, a principal do lugar, há uma estátua do compositor, inaugurada em 22 de março em 1996. Ela traz Noel sentado diante de uma mesa de bar, cigarro à mão, copo à frente, servido por um garçom. As calçadas da mesma rua têm a partitura de 'Feitiço da Vila', construída em 1965. A Rua Noel Rosa foi assim batizada em 1950 e há um túnel com o nome.
Ainda estão no bairro a chaminé e a fachada da fábrica de tecidos Confiança, eternizada por Noel na música 'Três Apitos'. Aberta em 1885, ela fi cou em atividade até 1964. Hoje, funciona no local um supermercado. Ali perto, está a vila operária, onde viviam os empregados das fábricas do bairro.
Até não muito tempo atrás, resistia em Vila Isabel, apesar das mudanças na fachada, a casa projetada por Manuel Garcia de Medeiros Rosa, o pai de Noel, onde a família viveu quando o chalé (erguido pelo avó de Noel, Eduardo Correa de Azevedo) estava em más condições. Ficava no número 195 da Rua Teodoro da Silva (hoje orrespondente ao 483). Atualmente, o terreno é ocupado por uma ofi cina de refrigeração e a casa teria sido derrubada há 16 anos, dando lugar a um galpão.
O quarteirão mais animado da Lapa no tempo de Noel começou a vir abaixo na década de 1960. No entanto, não muito longe, na Rua das Marrecas, resta um pouco do Rio do tempo do compositor: a rua mantém alguns de seus antigos sobrados. "Era ali que Vadico, parceiro dos mais importantes que o Noel teve, tinha seu quarto, com piano — ele tocava no cabaré onde Noel ia namorar, o Apollo. A casa do Vadico era muito usada para encontros amorosos", conta Carlos Didier, biógrafo do Poeta da Vila.
Outro ponto de encontro era a Taberna da Glória, na Rua do Russel. Embora tenha se mudado, para poucos metros depois (em 1972, com as obras do metrô), internamente mantém a decoração original — foi lá, por exemplo, que Noel Rosa levou Araci de Almeida quando se conheceram.
A parceria com Nássara
Entre os 56 parceiros musicais de Noel Rosa, estava outro ilustre artista, que também completaria 100 anos em 2010: o cartunista e compositor Nássara. Ao contrário do amigo, no entanto, ele pouco foi lembrado: apenas pelo livro 'Nássara Passado a Limpo' (ed. José Olympio), de Carlos Didier (também biógrafo de Noel), a ser lançado ainda em dezembro.
Antônio Gabriel Nássara nasceu exatamente um mês antes de Noel, em São Cristóvão, mas logo se mudou para a Vila Isabel. Foi lá que conheceu Noel, onde os dois frequentavam lugares como o Martinez, o botequim do Carvalho, o Ponto de 100 Réis e o Café Ponto Chic.
Nássara morava na Rua Teodoro da Silva, no mesmo trecho do bangalô – casa construída pelo pai de Noel –, onde o compositor viveu durante seu tempo de aluno do Colégio São Bento.
Desde 1927, Nássara já fazia caricaturas para jornais e revistas. Mas depois revelou também o talento de compositor — é dele a clássica 'Alá-la-ô', hino dos carnavais até hoje. Ele e Noel fi zeram juntos duas marchas: 'Retiro da Saudade' (1934) e 'Que Baixo' (1936).
A primeira tem uma história curiosa: Noel começa a cantar a música no rádio, com outra letra. Nássara brinca com o amigo "que foi passado para trás". Uma semana depois, Noel o procura para assinar contrato com a gravadora. E chama Carmem Miranda e Francisco Alves, maiores cantores da época, para cantar os versos que compôs com Nássara no único disco que gravaram juntos.
Jorginho do Império vai homenagear o poeta | Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia
Com a palavra, Jaguar
Mais do que justa qualquer homenagem ao centenário de Noel Rosa. Já o Nássara, outro genial compositor, que nasceu um mês antes dele, quase não foi lembrado. Na foto acima, batida por mim há uns 20 anos, em Vila Isabel, os dois cariocas emblemáticos evocam as rodas de bamba no Café Nice, frequentadas por craques da música, como Orestes Barbosa e Haroldo Lobo, e do futebol: Leônidas – o Diamante Negro – e Domingos da Guia. Noel e Nássara foram parceiros no samba 'Retiro da Saudade' (1934), gravado "apenas" por Francisco Alves em dueto com Carmem Miranda. No coro: Os Diabos do Céu. O Café Nice fi cava onde hoje é a sede da Caixa Econômica, no Centro. Atenção, galera americanizada: pronuncia-se nice e não naice!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

WIKILEAKS merece protecção, não ameaças e ataques.

Não matem o mensageiro por revelar verdades incómodas. por Julian Assange [*]



Em 1958 o jovem Rupert Murdoch, então proprietário e editor do jornal The News, de Adelaide, escreveu: "Na corrida entre o segredo e a verdade, parece inevitável que a venda sempre vença".

A sua observação talvez reflicta o desmascaramento feito pelo seu pai, Keith Murdoch, de que tropas australianas estavam a ser sacrificadas inutilmente nas praias de Galipoli por comandantes britânicos incompetentes. Os britânicos tentaram calá-lo mas Keith Murdoch não foi silenciado e os seus esforços levaram ao término da desastrosa campanha de Galipoli.

Aproximadamente um século depois, WikiLeaks está também a publicar destemidamente factos que precisam ser tornados públicos.

Criei-me numa cidade rural em Queensland onde as pessoas falavam dos seus pensamentos directamente. Elas desconfiavam do governo como de algo que podia ser corrompido se não fosse vigiado cuidadosamente. Os dias negros de corrupção no governo de Queensland antes do inquérito Fitzgerald testemunham do que acontece quando políticos amordaçam os media que informam a verdade.

Estas coisas ficaram em mim. WikiLeaks foi criado em torno destes valores centrais. A ideia, concebida na Austrália, era utilizar tecnologias da Internet de novas maneiras a fim de relatar a verdade.

WikiLeaks cunhou um novo tipo de jornalismo: jornalismo científico. Trabalhamos com outros media para levar notícias às pessoas, assim como para provar que são verdadeiras. O jornalismo científico permite-lhe ler um artigo e então clicar online para ver o documento original em que se baseia. Esse é o modo como pode julgar por si próprio: Será verdadeiro este artigo? Será que o jornalista informou com rigor?

Sociedades democráticas precisam de meios de comunicação fortes e WikiLeaks faz parte desses media. Os media ajudam a manter o governo honesto. WikiLeaks revelou algumas verdades duras acerca das guerras do Iraque e Afeganistão, e desvendou notícias acerca da corrupção corporativa.

Há quem diga que sou anti-guerra: para que conste, não sou. Por vezes os países precisam ir à guerra e há guerras justas. Mas não há nada mais errado do que um governo mentir ao seu povo acerca daquelas guerras, pedindo então a estes mesmos cidadãos para porem as suas vidas e os seus impostos ao serviço daquelas mentiras. Se uma guerra é justificada, então digam a verdade e o povo decidirá se a apoia.

Se já leu algum dos registos da guerra do Afeganistão ou do Iraque, algum dos telegramas da embaixada dos EUA ou algumas das histórias acerca das coisas que WikiLeaks informou, considere quão importante é para todos os media ter capacidade para relatar estas coisas livremente.

WikLeaks não é o único divulgador dos telegramas de embaixadas dos EUA. Outros media, incluindo The Guardian britânico, The New York Times, El Paisna Espanha e Der Spiegel na Alemanha publicaram os mesmos telegramas.

Mas é o WikiLeaks, como coordenador destes outros grupos, que tem enfrentado os ataques e acusações mais brutais do governo dos EUA e dos seus acólitos. Fui acusado de traição, embora eu seja australiano e não cidadão dos EUA. Houve dúzias de apelos graves nos EUA para eu ser "removido" pelas forças especiais estado-unidenses. Sarah Palin diz que eu deveria ser "perseguido e capturado como Osama bin Laden", um projecto de republicano no Senado dos EUA procura declarar-me uma "ameaça transnacional" e desfazer-se de mim em conformidade. Um conselheiro do gabinete do primeiro-ministro do Canadá apelou na televisão nacional ao meu assassinato. Um bloguista americano apelou a que o meu filho de 20 anos, aqui na Austrália, fosse sequestrado e espancado por nenhuma outra razão senão a de atingir-me.

E os australianos deveriam observar com nenhum orgulho o deplorável estímulo a estes sentimentos por parte de Julia Gillard e seu governo. Os poderes do governo australiano parecem estar à plena disposição dos EUA quer para cancelar meu passaporte australiano ou espionar ou perseguir apoiantes do WikiLeaks. O procurador-geral australiano está a fazer tudo o que pode para ajudar uma investigação estado-unidense destinada claramente a enquadrar cidadãos australianos e despachá-los para os EUA.

O primeiro-ministro Gillard e a secretária de Estado Hillary Clinton não tiveram uma palavra de crítica para com as outras organizações de media. Isto acontece porque The Guardian, The New York Times Der Spiegel são antigos e grandes, ao passo que WikiLeaks ainda é jovem e pequeno.

Nós somos os perdedores. O governo Gillard está a tentar matar o mensageiro porque não quer que a verdade seja revelada, incluindo informação acerca do seu próprio comportamento diplomático e político.

Terá havido alguma resposta do governo australiano às numerosas ameaças públicas de violência contra mim e outros colaboradores do WîkLeaks? Alguém poderia pensar que um primeiro-ministro australiano defendesse os seus cidadãos contra tais coisas, mas houve apenas afirmações de ilegalidade completamente não fundamentadas. O primeiro-ministro e especialmente o procurador-geral pretendem cumprir seus deveres com dignidade e acima da perturbação. Fique tranquilo, aqueles dois pretendem salvar as suas próprias peles. Eles não conseguirão.

Todas as vezes que WikiLeaks publica a verdade acerca de abusos cometidos por agências dos EUA, políticos australianos cantam um coro comprovadamente falso com o Departamento de Estado: "Você arriscará vidas! Segurança nacional! Você põe tropas em perigo!" Mas a seguir dizem que não há nada de importante no que WikiLeaks publica. Não pode ser ambas as coisas, uma ou outra. Qual é?

Nenhuma delas. WikiLeaks tem um historial de publicação quatro anos. Durante esse tempo mudámos governos, mas nem uma única pessoa, que se saiba, foi prejudicada. Mas os EUA, com a conivência do governo australiano, mataram milhares de pessoas só nestes últimos meses.

O secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, admitiu numa carta ao congresso estado-unidense que nenhumas fontes de inteligência ou métodos sensíveis haviam sido comprometidos pela revelação dos registos de guerra afegãos. O Pentágono declarou que não havia evidência de que as informações do WikiLeaks tivessem levado qualquer pessoa a ser prejudicada no Afeganistão. A NATO em Cabul disse à CNN que não podia encontrar uma única pessoa que precisasse de proteger. O Departamento da Defesa australiano disse o mesmo. Nenhuma tropa ou fonte australiana foi prejudicada por qualquer coisa que tivéssemos publicado.

Mas as nossas publicações estavam longe de serem não importantes. Os telegramas diplomáticos dos EUA revelam alguns factos estarrecedores:
  • Os EUA pediram aos seus diplomatas para roubar material humano pessoal e informação de responsáveis da ONU e de grupos de direitos humanos, incluindo DNA, impressões digitais, escanerização de íris, números de cartão de crédito, passwords de Internet e fotos de identificação, violando tratados internacionais. Presumivelmente, diplomatas australianos na ONU também podem ser atacados.
  • O rei Abdula da Arábia Saudita pediu que os EUA atacassem o Irão.
  • Responsáveis na Jordânia e no Bahrain querem que o programa nuclear do Irão seja travado por quaisquer meios disponíveis.
  • O inquérito do Iraque na Grã-Bretanha foi viciado para proteger "US interests".
  • A Suécia é um membro encoberto da NATO e a partilha da inteligência dos EUA é resguardada do parlamento.
  • Os EUA estão a agir de forma agressiva para conseguir que outros países recebam detidos libertados da Baia de Guantanamo. Barack Obama só concordou em encontrar-se com o presidente esloveno se a Eslovénia recebesse um prisioneiro. Ao nosso vizinho do Pacífico, Kiribati, foram oferecidos milhões de dólares para aceitar detidos.
Na sua memorável decisão no caso dos Pentagon Papers, o Supremo Tribunal dos EUA declarou: "só uma imprensa livre e sem restrições pode efectivamente revelar fraude no governo". Hoje, a tempestade vertiginosa em torno do WikiLeaks reforça a necessidade de defender o direito de todos os media revelarem a verdade.
08/Dezembro/2010
[*] Editor-chefe do WikiLeaks.

O original encontra-se em www.theaustralian.com.au/... 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Menino Jesus era traquinas e até fazia malvadezas, mostra livro de padre



ARIADNE ARAÚJO
colaboração para a Livraria da Folha
Divulgação
Livro de franciscano mostra um Jesus travesso na infância
Livro de franciscano mostra um Jesus travesso na infância


Um menino Jesus traquinas, que subia nos telhados, quebrava os cântaros alheios, brincava com leõezinhos, apaziguava dragões, transformava crianças em carneiros e, vez ou outra, fazia também malvadezas. Zangado, podia amaldiçoar e punir com a morte quem lhe enfrentasse. Outras vezes, para tirar uma história a limpo e provar que não tinha culpa de uma morte casual, ressuscitava mortos para que contassem o que aconteceu, depois os mandava dormir o sono eterno outra vez.
Em "Infância Apócrifa do Menino Jesus: histórias de ternura e de travessuras" (Vozes), o padre franciscano Jacir de Freitas Faria pesquisou em textos antigos, chamados de evangelhos apócrifos, ou seja, que não entraram na lista oficial para a Bíblia, e descobriu que Cristo foi uma criança sábia, inteligente, obediente aos pais, mas também muito peralta. Segundo ele, todos os textos pesquisados convergem para um mesmo ponto: "demonstrar o poder do Menino Jesus, sua divindade e sua humanidade".
Segundo os evangelhos apócrifos, Jesus foi concebido, através do Espírito Santo, no dia 6 de abril, numa terça-feira, às 15h. Ainda bebê, já era capaz de fazer milagres. Tocar nele ou nas suas fraldas era cura certa para todos os males e um expulsa demônios. A água de seu banho livrava leprosos da enfermidade. No colo de uma muda, ela voltou a falar. Onde ele chegou, ladrões e demônios fugiram e animais ferozes se converteram em mansos. O povo, ao ver tais eventos, dizia: "eles não podem ser simples mortais".
Já maior, costumava brincar com amiguinhos. Certa feita, nas terras de Moab, um deles subiu no muro do terraço e caiu de lá, bateu a cabeça numa pedra e morreu. Por medo do castigo dos pais, as outras crianças culparam o pequeno estrangeiro, Jesus, dizendo que ele tinha empurrado o menino de cima do muro. Interrogado, Jesus tentou explicar o acontecido, mas as testemunhas o incriminavam. Aborrecido, ele, então, ressuscitou o morto e lhe ordenou que contasse a verdade. Depois, mandou que voltasse ao mundo dos mortos outra vez.
Outra vez, de novo com amiguinhos, brincava de fazer laguinhos interligados à beira do rio Jordão quando um dos meninos fechou a entrada da água para os canais. "Ai de ti, filho de morte, filho de Satanás. Ousas destruir o que eu fiz?", disse Jesus. Naquele instante, o menino caiu morto. Aflitos com a repercussão do caso, José e Maria pediram ao filho que não usasse sua força divina dessa forma. Então, para não entristecer a mãe, ele ordenou que o menino ressuscitasse. E assim foi.
A lista de histórias é de assombrar. Segundo padre Jacir, apesar dos textos apócrifos, jamais poderemos afirmar com certeza como foi a infância de Jesus. Afinal, esses relatos foram escritos no auge de disputas teológicas sobre a divindade e a humanidade de Jesus. E, para muita gente, "são pura fantasia". Mas, para o padre, eles têm o grande mérito de dar uma infância a Jesus e de mostrar que ele foi um menino igual aos outros. Ou seja, apesar sua divindade, fazia traquinagens e precisava, vez ou outra, do velho puxão de orelha dos pais.
*
"Infância Apócrifa do Menino Jesus"
Autor: Jacir de Freitas Faria
Editora: Vozes
Páginas: 160
Quanto: R$ 20,00
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Não haverá vencedores

Não haverá vencedores
MARCELO FREIXO

Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública do Rio terá de passar pela garantia dos direitos dos cidadãos da favela


Dezenas de jovens pobres, negros, armados de fuzis, marcham em fuga, pelo meio do mato. Não se trata de uma marcha revolucionária, como a cena poderia sugerir em outro tempo e lugar. 
Eles estão com armas nas mãos e as cabeças vazias. Não defendem ideologia. Não disputam o Estado. Não há sequer expectativa de vida. 
Só conhecem a barbárie. A maioria não concluiu o ensino fundamental e sabe que vai morrer ou ser presa. 
As imagens aéreas na TV, em tempo real, são terríveis: exibem pessoas que tanto podem matar como se tornar cadáveres a qualquer hora. A cena ocorre após a chegada das forças policiais do Estado à Vila Cruzeiro e ao Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro. 
O ideal seria uma rendição, mas isso é difícil de acontecer. O risco de um banho de sangue, sim, é real, porque prevalece na segurança pública a lógica da guerra. O Estado cumpre, assim, o seu papel tradicional. Mas, ao final, não costuma haver vencedores. 
Esse modelo de enfrentamento não parece eficaz. Prova disso é que, não faz tanto tempo assim, nesta mesma gestão do governo estadual, em 2007, no próprio Complexo do Alemão, a polícia entrou e matou 19. E eis que, agora, a polícia vê a necessidade de entrar na mesma favela de novo. 
Tem sido assim no Brasil há tempos. Essa lógica da guerra prevalece no Brasil desde Canudos. E nunca proporcionou segurança de fato. Novas crises virão. E novas mortes. Até quando? Não vai ser um Dia D como esse agora anunciado que vai garantir a paz. Essa analogia à data histórica da 2ª Guerra Mundial não passa de fraude midiática. 
Essa crise se explica, em parte, por uma concepção do papel da polícia que envolve o confronto armado com os bandos do varejo das drogas. Isso nunca vai acabar com o tráfico. Este existe em todo lugar, no mundo inteiro. E quem leva drogas e armas às favelas? 
É preciso patrulhar a baía de Guanabara, portos, fronteiras, aeroportos clandestinos. O lucrativo negócio das armas e drogas é máfia internacional. Ingenuidade acreditar que confrontos armados nas favelas podem acabar com o crime organizado. Ter a polícia que mais mata e que mais morre no mundo não resolve. 
Falta vontade política para valorizar e preparar os policiais para enfrentar o crime onde o crime se organiza -onde há poder e dinheiro. E, na origem da crise, há ainda a desigualdade. É a miséria que se apresenta como pano de fundo no zoom das câmeras de TV. Mas são os homens armados em fuga e o aparato bélico do Estado os protagonistas do impressionante espetáculo, em narrativa estruturada pelo viés maniqueísta da eterna "guerra" entre o bem e o mal. 
Como o "inimigo" mora na favela, são seus moradores que sofrem os efeitos colaterais da "guerra", enquanto a crise parece não afetar tanto assim a vida na zona sul, onde a ação da polícia se traduziu no aumento do policiamento preventivo. A violência é desigual. 
É preciso construir mais do que só a solução tópica de uma crise episódica. Nem nas UPPs se providenciou ainda algo além da ação policial. Falta saúde, creche, escola, assistência social, lazer. 
O poder público não recolhe o lixo nas áreas em que a polícia é instrumento de apartheid. Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública terá de passar pela garantia dos direitos básicos dos cidadãos da favela. 
Da população das favelas, 99% são pessoas honestas que saem todo dia para trabalhar na fábrica, na rua, na nossa casa, para produzir trabalho, arte e vida. E essa gente -com as suas comunidades tornadas em praças de "guerra"- não consegue exercer sequer o direito de dormir em paz. 
Quem dera houvesse, como nas favelas, só 1% de criminosos nos parlamentos e no Judiciário...
MARCELO FREIXO, professor de história, deputado estadual (PSOL-RJ), é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. 

domingo, 28 de novembro de 2010

Eu tenho vergonha!

Caro Professor Pletsch

Caro Professor Pletsch É momento de analisarmos com seriedade o que é o Grande Negócio do Tráfico de Drogas no mundo cristão civilizado.Um negócio que, dizem economistas renomados, movimenta tanta grana quanto o petróleo, financia guerras, golpes suaves, corrompe poderes executivo, judiciário e legislativo em todos os países do mundo capitalista. Já na China e em Cuba os traficante têm penas máximas, depois de devidamente processados e julgados. É pena de morte para os considerados culpados. E nesses países o tráfico é quase nulo. Assim que foi extinta a União Soviética,os países que a compunham caíram de boca no tráfico. Também é momento de entendermos que no Brasil há mais de 500 anos vigoram os valores do sistema capitalista: deu lucro, vamos s'imbora! E partirmos para um sério e profundo trabalho de educação para a saúde física, mental , emocional de toda a população brasileira, esclarecendo as consciências sobre o fato de que,se continuarmos macaqueando os costumes decadentes e loucos dos estadunidenses ( o maior país consumidor de drogas pesadas do mundo), vamos acabar no ralo do esgoto como eles estão. Que todo o povo brasileiro acorde para essas verdades e pare de procurar culpas e culpados falsos. O culpado é o brutal sistema econômico capitalista que mói os povos e as gentes , sem dó nem piedade , buscando sempre o santo e sacrossanto lucro. Maria Lucia de Andrade Pinto,assistente social.

Êeeeeeeeeeeeeeeeee

O Brasil esta vendo a maior caça aos pobres e negros da História depois da escravidão. Lula agora pode dizer: NUNCA NA HISTÓRIA DESSE PAÍS POBRE FOI TÃO PERSEGUIDO!


Alguém já viu a PM educada desse jeito? Se não fosse a TV os moradores estavam fú



Os fanfarrões Lula e Sérgio Cabral devem estar em segurança numa sala com ar condicionado só vendo o show.

Bandidos agora saem do ponto B para o ponto C...

Segundo o comando da PM todo o complexo do alemão está ocupado... Não acredito!

BELA ESTRATÉGIA MILITAR.

Vale-tudo: o Estado pode usar métodos de criminosos?

Vale-tudo: o Estado pode usar métodos de criminosos?

Um colega de um grande veículo de comunicação me perguntou, na manhã de hoje, qual minha posição sobre uma discussão que ganhou algumas redações: por que a polícia não metralhou os 200 traficantes da Vila Cruzeiro quando estes corriam em fuga após a entrada dos blindados da Marinha na comunidade. Segundo ele, parte das opiniões culpou a “turma dos direitos humanos”, que iria chiar internacionalmente quando a contagem de corpos terminasse, manchando a imagem do Rio de Janeiro (como se o Estado precisasse de ajuda para isso). Outra acredita que as câmeras presentes nos helicópteros da Globo e da Record que sobrevoavam a área – e foram alvo de reclamações do Bope pelo twitter (ah, esse admirável mundo novo…) – impediram um massacre. Uma terceira falou das duas ao mesmo tempo.
De qualquer maneira, o problema em questão não é de que o “Estado não pode usar método de bandido sob o risco de se tornar aquilo que combate”, mas sim de que “droga, tem alguém olhando”. Muita gente torceu para que os criminosos em fuga fossem executados sumariamente. Ao mesmo tempo, parte da imprensa (e não estou falando dos programas sensacionalistas espreme-que-sai-sangue) parece vibrar a cada pessoa abatida na periferia, independentemente quem quer que seja. Jornalistas, cuja opinião respeito, optaram pela saída fácil do “isso é guerra e, na guerra, abre-se exceções aos direitos civis”, tudo em defesa de uma breve e discutível sensação de segurança. Afe.
Relembrar é viver: as batalhas do tráfico sempre aconteceram longe dos olhos da classe média e da mídia, uma vez que a imensa maioria dos corpos contabilizados sempre é de jovens, pardos, negros, pobres, que se matam na conquista de territórios para venda de drogas ou pelas leis do tráfico. Os mais ricos sentem a violência, mas o que chega neles não é nem de perto o que os mais pobres são obrigados a viver no dia-a-dia. Mesmo no pau que está comendo hoje no Rio, sabemos que a maioria dos mortos não é de rico da orla, da Lagoa, da Barra ou do Cosme Velho. Considerando que policiais, comunidade e traficantes são de uma mesma origem social, é uma batalha interna. Então, que morram, como disseram alguns leitores esquisitos que, de vez em quando, surgem neste blog feito encosto.
De tempos em tempos, essa violência causada pelo tráfico retorna com força ao noticiário, normalmente no momento em que ela desce o morro ou foge da periferia e no, decorrente, contra-ataque. Neste momento, alguns aproveitam a deixa para pedir a implantação de processos de “limpeza social”. Já bloqueei comentários que, praticamente, pediam que os moradores de favelas fossem retirados do Rio.
Quando a atual onda de violência acabar, gostaria que fossem tornados públicos os exames dos legistas. Afinal de contas, acertar um tiro na nuca de um suspeito no meio de um confronto armado demanda muita precisão do policial – e depois registrar o ocorrido como auto de resistência demanda criatividade. Em 2007, a polícia chegou chegando nos morros, cometendo barbaridades, sem diferenciar moradores e traficantes, sem perguntar quem era quem. Duas dezenas de pessoas morreram. Naquele momento, o Rio optou pelo caminho mais fácil do terrorismo de Estado ao invés de buscar mudanças estruturais (como garantir qualidade de vida à população para além de força policial dia e noite) para viabilizar os Jogos Panamericanos. Imagina agora com a Copa e as Olimpíadas então. Dose dupla.
Ninguém está defendendo o tráfico, muito menos traficantes (defendo a descriminalização das drogas como parte do processo de enfraquecimento dos traficantes, mas isso é história para outro post). O que está em jogo aqui é que tipo de Estado queremos e o tipo de sociedade que estamos nos tornando. Muitas das ações que estão ocorrendo vão criar uma sensação de segurança na população passageira e irreal, que vai durar até a próxima crise.

sábado, 27 de novembro de 2010

Babaquice com o dinheiro público


Absurdo o Bope fazer um panfleto pra comunidade do complexo do alemão. Quem deveria entrar era o Estado. Esse Cabral e esse Lula são dois fanfarrões mesmo.

A farsa da pacificação do Estado do Rio de Janeiro


A farsa da pacificação do Estado do Rio de Janeiro 




 


• O Estado do Rio de Janeiro vive uma verdadeira guerra civil, um estado de sítio, que desmascara a demagogia e a incompetência do governador reeleito Sergio Cabral (PMDB) e seus subordinados. Para ganhar a eleição divulgaram amplamente que a cidade e o estado estavam pacificados, que tinham através das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) acabado com o tráfico e, consequentemente, com a violência.

Neste exato momento helicópteros da Polícia Civil e da Polícia Militar sobrevoam a cidade e as comunidades do Complexo do Alemão e a de Manguinhos, tentando encontrar os culpados por esta situação. As escolas estão suspendendo as aulas e os trabalhadores estão voltando mais cedo para as suas casas. No centro da cidade as pessoas interrompem mais cedo as suas atividades. Neste momento, ônibus estão sendo incendiados, e rodovias bloqueadas por traficantes, que saqueiam os veículos e logo em seguida ateiam fogo. Nos últimos dias. mais de 40 veículos, entre ônibus e carros de passeio, foram incendiados, dezenas de bloqueios de estrada, para em seguida ser praticado o saque aos motoristas.

Em vários pontos do estado, o governador aliado de Lula, tenta através de blitz inibir a ação dos traficantes, todos os policiais que exerciam funções internas, médicos, mecânicos, funcionários burocráticos, todos foram convocados para atuarem nas ruas das cidades como se o problema da violência fosse resolvido numa ação de guerra. Todas as medidas até agora adotadas pelo setor de segurança do estado falharam, e o que predomina é o pânico, a insegurança e a falta de uma política que de fato enfrente a violência e a insegurança.

Neste momento a imprensa, em particular a Rede Globo, aproveita a situação para aumentar sua audiência, alardeando o caos que se encontra a cidade e o estado, mas não fala que tudo isso se explica, por um lado, em função da miséria que vive uma parte da população, que é condenada a viver nos morros da cidade em barracos, sem empregos e com salários insignificantes, reprimida pela polícia fascista e corrupta de Sergio Cabral, pelo tráfico ou pela milícia. Por outro lado, a conivência do Estado com os grandes empresários, que tem ligação com o tráfico internacional de drogas e de armas. Estes senhores quando são pegos alegam que são colecionadores de armas.

Neste momento o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que quem passar na frente do Estado vai ser atropelado. Os policiais traduzem as ordens do Estado e dizem que vai morrer muita gente. Treze pessoas já morreram, demonstrando qual é a política destes senhores fascistas. Vão exterminar os pobres e negros e jovens e vão dizer que são traficantes. Um bom exemplo que não devemos confiar nestes governantes foi a instalação das UPPs na área da Tijuca, o morro do Borel, Formiga, Casa Branca, Macacos, Morro da Liberdade, Turano, Salgueiro, todos com grande presença do tráfico, com centenas de traficantes fortemente armados, foram ocupados após acordo do governo com os traficantes, que garantiu a saída de todos , com seu armamento de guerra, antes da ocupação.

Uma vergonha. Esta manobra do governador e de todos os seus aliados foi comemorada por Sérgio Cabral, Lula e Dilma, e seu secretário de segurança, que divulgaram amplamente que tinham acabado com o tráfico e pacificado a cidade e o estado sem dar um tiro. Disseram que os traficantes fugiram assustado. Com este discurso ganharam as eleições de outubro. Quem não lembra da candidata Dilma dizendo na televisão que iria exportar estes exemplos do Rio para o resto do país? Na verdade o que ocorreu foi um grande acordo do Estado com os traficantes, que se deslocaram para outras regiões da cidade e do estado, preparando a região da Tijuca e da Zona Sul para receber os turistas e os investimentos da Copa do Mundo e para as Olimpíadas.

O governador e seus aliados andam de carro blindado, com escolta de seguranças, de helicóptero, enquanto nós trabalhadores ficamos vulneráveis nos ônibus, que estão frequentemente sendo incendiados. O governo aproveita esta situação para criminalizar a pobreza, estão preparando um verdadeiro extermínio nas regiões mais pobres. Está sendo preparada a invasão do Complexo do Alemão e de Manguinhos. Sabemos que quem vai pagar são os trabalhadores e a juventude, com o pretexto de atacar os traficantes, sabemos onde vai dar essa política. Se for negro e pobre, atira e depois verifica quem é.

Um programa socialista para enfrentar a violência
Não achamos que as UPPs sejam a solução. Não é possível viver sob uma ocupação. Todas as medidas de maquiagem do Estado, os cursos com os caminhões do SENAC nas comunidades (para pouquíssimas pessoas) para ensinar corte e costura e formar cabeleireiro e noções de informática, não garante o que é o fundamental. As pessoas precisam na comunidade e no país de um bom emprego, com um salário decente. Por isso propomos que o salário mínimo dobre imediatamente. Propomos a construção de boas escolas com muitas vagas e com profissionais da educação tendo um salário decente, e não o vergonhoso salário de 700 reais que paga o estado ao professor. Defendemos a construção de bons hospitais para que os trabalhadores não morram por falta de leito nas emergências. Exigimos que o governador pare imediatamente com a demolição do IASERJ, com o fechamento do Pedro II, hospitais que são fundamentais. Queremos lazer decente, acesso a cultura e não maquiagem para turista ver. Queremos moradias decentes e com infra-estrutura. Existe um responsável pelas ações que estão ocorrendo no estado e na cidade: é o governador, os prefeitos e o governo federal que fizeram muito estardalhaço nas eleições e que agora nos deixam nesta situação.

Não acabaremos com a violência e com o tráfico sem descriminalização das drogas, sem colocar na cadeia os grandes empresários que traficam as armas e as drogas, sem o confisco de seus bens. Não acabaremos com violência se não tivermos empregos decentes para as nossas famílias. Precisamos dissolver essa polícia e construir uma polícia ligada à população e, principalmente, controlada por ela, com eleições para o comando e para os delegados e com mandato revogável. Exigimos o fim do extermínio dos pobres e negros. Não a invasão e ao extermínio dos moradores das comunidades.

Cyro Garcia, Presidente do PSTU - Rio de Janeiro

Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

Rio esta se preparando para alguns eventos q interessam ao sistema capitalista. Estamos falando de bilhões...Pobre atrapalha nessas horas.


Os bandidos saíram do ponto A e foram para o ponto B. Tudo do mesmo? Não...Agora o bondinho vai funcionar como planejado na área...


Olimpíada de atenas aconteceu algo parecido...Só q lá para esconder a pobreza pintaram as favelas de verde para confundir com a vegetação.


Bope pendura bandeira na vila cruzeiro....A bandeira é preta e tem uma caveira...Isso deve simbolizar a paz????????


Achar q traficante mora na vila cruzeiro é achar q não tenho cérebro. Os ricos são os traficantes.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Guerra

Guerra no RJ. Os pais dos mais de 40 mil faltosos no vestibular da UFRJ para os filhos: Tá vendo como papai tinha razão?


Guerra no Rio...Meu Deus! Claro que o maior problema é a polícia corrupta.

sábado, 20 de novembro de 2010

A MULHER E O IRÃ

Lamentei muito a posição brasileira na ONU sobre a questão da iraniana que está prestes a ser apedrejada e ou mutilada pelo governo religioso do IRÃ. O Brasil lavou suas mãos ao se abster na votação. Talvez seja uma homenagem do governo brasileiro ao fato de elegermos uma mulher para a presidente.

Não preciso dizer nada.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Dia em que Dorival Encarou a Guarda (Parte 1)

A nova crise do ENEM: precisamos competir?


Só com o livre acesso às universidades públicas poderemos falar em um verdadeiro “fim do vestibular”



JORGE BADAUÍ, DA SECRETARIA NACIONAL DE JUVENTUDE DO PSTU
 


 
 
  ENEM se desmoraliza cada vez mais

• “O sucesso do ENEM foi total e absoluto.”
Presidente Lula


A imprensa noticia mais um episódio tragicômico relacionado ao novo ENEM. A Justiça determina o cancelamento da prova. Milhares de estudantes se sentem prejudicados e organizam manifestações pela internet. Enquanto, uma vez mais, um dos carros-chefe da política educacional do governo Lula é coberto de descrédito, o MEC , o governo Federal e seus Reitores aliados defendem o indefensável: “o ENEM é uma proposta vitoriosa, um caminho sem retorno”, como disse Edward Madureira Brasil, o presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) `a Folha de S. Paulo.

O cinismo do governo só serve para encobrir qual a sua verdadeira crise, quando o assunto em pauta é o novo ENEM. Está em debate, neste momento, não apenas a capacidade logística do governo garantir a prova, senão o conteúdo do modelo proposto. O ufanismo artificial do MEC, traduzido nos gritos de “viva” ao projeto, aparecem precisamente para suprir a falta de argumentos frente a uma realidade em que o desprestígio da prova vai abrindo espaço para um crescente questionamento do que o governo oferece em termos de acesso ao ensino superior público.

Um concurso desmoralizado
Qualquer que seja a saída adotada pelo MEC em face aos erros na aplicação da prova, é incapaz de salvar a credibilidade do concurso de 2010. Sequer a perversa lógica meritocrática contida em qualquer exame de seleção foi atendida pelo ENEM. Em menos de uma semana, a Defensoria Pública da União recebeu mais de 3.400 queixas de estudantes que se sentiram prejudicados. Alegando que a realização de uma nova prova aos alunos descontentes feriria o princípio da isonomia, a Justiça Federal do Ceará determinou o cancelamento do concurso.

Este ano o ENEM teve ao todo 4,6 milhões de inscritos. Desses, 3,3 milhões fizeram a prova - cujo índice de abstenção ficou em torno de 27% - em 1698 cidades do Brasil. Todo esse universo de estudantes não tem qualquer clareza de como ficará o preenchimento das vagas. E a próxima confusão já está anunciada: das 83 instituições participantes no ENEM, 36 dependem exclusivamente do exame para fazer suas seleções. Ao todo elas concentram 53% das vagas em disputa. Por não haver tempo hábil para um novo vestibular, não há garantia de que essas vagas serão ocupadas antes do início das aulas – caso prevaleça a anulação do concurso.

Quando o governo não consegue fazer transparecer a todos que a competição por vagas foi “justa e legítima”, abre-se uma interrogação indesejável ao MEC em torno a seu projeto. O pretenso caráter democratizante do novo ENEM fica em xeque, enquanto as escassas vagas das universidades públicas viram objeto de uma disputa judicial de grande porte. É nesse cenário que a Juventude do PSTU, uma vez mais, questiona o novo ENEM e próprio sentido de ser do vestibular.

Por que a juventude precisa competir por vagas? 
Na ocasião do lançamento do “novo ENEM” o governo Lula não usava meias palavras. O projeto era anunciado como o “fim do vestibular”. Além disso, o exame estaria conectado com “grandes conquistas” do governo no terreno da educação, como o ProUni e o REUNI. Dessa forma, o ENEM seria mais um passo rumo à total democratização da educação no país.

Passados 8 anos de governo Lula, a análise da evolução do acesso a esse direito fundamental demonstra que o Brasil segue reproduzindo seu atraso histórico em matéria de índices de escolaridade. Os investimentos públicos no orçamento da educação brasileira continuam em patamares abaixo de 5% do PIB e em nada registram incrementos significativos em relação ao famigerado governo FHC.

Mantendo a educação à míngua, o analfabetismo não pode retroceder. A vergonhosa proporção de 10 analfabetos para cada 100 habitantes coloca o país abaixo de outros mais pobres, como Uruguai, Chile e Argentina. A evasão escolar também se manteve, sob o governo Lula, em patamares semelhantes ao período anterior.

A recente publicação do Relatório do Desenvolvimento Humano, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), confirma que, aos olhos da própria ONU, a educação do Brasil é comparável apenas a países ditos subdesenvolvidos. Nesse quesito, o país está abaixo até mesmo de Quirguistão e Botswana. Nem mesmo em dinâmica, o relatório considera que o Brasil está avançando: o país foi rebaixado de 73º para 93º no ranking do IDH-Educação. Um dos dez países mais ricos do mundo continua oferecendo uma educação miserável.

É assim que, apesar de todo o alarde “democratizante” do ProUni e do REUNI, mantemos a exclusão como a marca fundamental do ensino superior público brasileiro. Menos de 14% dos jovens freqüentam cursos superiores. Nas instituições públicas são menos de 4%. Sob toda essa base, não há modelo de seleção algum para o ingresso nas universidades que seja “justo” ou “democrático”. O novo ENEM é a cara (desprestigiada) que Lula deu ao mesmo mecanismo perverso que há anos aparta a maioria da juventude brasileira do acesso à formação de qualidade.

O livre acesso é um direito
Só com o livre acesso às universidades públicas poderemos falar em um verdadeiro “fim do vestibular”. Da mesma forma que os estudantes ao concluírem o ensino fundamental têm o direito imediato a cursar o ensino médio, os que concluem o ensino médio deveriam ter de se matricular em um curso de graduação. É a escassez de verbas e vagas que nos condena a brutal competição que quer nos crivar pelo “mérito”, ao mesmo tempo em que o governo nos oferece condições tão desiguais de ensino.

Um país rico como o Brasil pode, sim, oferecer ensino público básico e superior de qualidade para todos os seus jovens. Não há porque esperar menos. É apenas a política de fazer do trato com a educação mera demagogia que nos afasta desse direito mínimo. Na luta pela educação que merecemos, a Juventude do PSTU levanta as bandeiras dos 10% do PIB para a educação, para que não nos falte verbas; da estatização do ensino pago, para que nosso direito não seja um negócio e do fim do vestibular, para que a universidade deixe de ser apenas um sonho para todos os jovens brasileiros.

Se hoje, 8 anos após a posse de Lula, ainda precisamos lutar por um direito tão mínimo, é apenas porque o governo está comprometido não com nossos interesses, mas com o dos grandes empresários – inclusive os que lucram com a educação “de terceiro mundo” que temos. Enquanto os técnicos do MEC perdem o sono com a crise de sua prova, a luta pelo fim do ENEM pode acordar a juventude brasileira para que se mobilize por um autêntico fim do vestibular. Esperamos que Dilma não subestime a força dos jovens. Ano que vem é a sua vez de “aplicar” o ENEM. 

Fazendeiros-ocupam-90-da-reserva-xavante-no-mato-grosso-com-criacao-de-gado-e-plantacao-de-soja/

Carne ilegal em terra de índio – Fazendas de gado e de soja ocupam ilegalmente a reserva indígena dos xavantes no Norte de Mato Grosso, levando um clima de guerra à região. Isolados numa área correspondente a cerca de 10% da reserva delimitada pelo governo, os índios sofrem com o desmatamento da mata nativa e doenças, mostra reportagem de LIANA MELO. Até o prefeito da cidade mais próxima, São Félix do Araguaia, é acusado de ocupação irregular.


SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA (MT). A cena se repete duas vezes ao dia. A primeira antes do pôr do sol; a segunda, ao entardecer.
Os anciões da terra indígena Marãiwatsede chegam devagar, agrupam-se em forma de arco, acendem seus cachimbos. Eles são a autoridade máxima entre os xavantes. A reunião ocorre sempre no centro da aldeia, que fica a 150km de São Félix do Araguaia, no Norte do Mato Grosso. O assunto nestes encontros varia conforme a ocasião, mas o idioma é sempre o mesmo: o xavante. Em Marãiwatsede, a tentativa de preservar as tradições esbarra numa lógica econômica perversa: a relação intrínseca entre a pecuária, a soja e a destruição da floresta. Essa combinação transformou a terra dos xavantes no exemplo mais emblemático da contaminação da cadeia produtiva da pecuária e da soja, ambas expoentes do agronegócio no mundo. Reportagem de Liana Melo, em O Globo.
A luta dos xavantes contra os fazendeiros se arrasta desde 1998, quando a terra indígena foi homologada. É uma extensão de 165 mil hectares de terra (ou 1.650 quilômetros quadrados), o que representa uma área superior a do município de São Paulo (1.523 quilômetros quadrados). Só que 90% dela estão ocupados ilegalmente. O Ministério da Justiça e a Fundação Nacional do Índio (Funai) identificaram 68 fazendas em Marãiwatsede.
Apenas 11,56% são cadastradas e têm CNPJ acessível. Praticadas ilegalmente dentro da terra dos índios, a pecuária e a soja já desmataram 45% da mata nativa, segundo levantamento do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).
Frigoríficos continuam comprando ‘carne suja’ O Grupo JBS-Friboi, maior empresa na área de alimentos do mundo, já teve “carne suja” na sua cadeia produtiva. Só em outubro de 2009 é que as empresas líderes, incluindo Marfrig e Minerva, passaram a rastrear a carne. Em julho deste ano, ficou pronto o primeiro relatório de monitoramento, quando os três grandes do setor excluíram 221 fazendas. Só no Mato Grosso, o JBS tirou da lista de fornecedores 17 propriedades, das quais cinco em terras indígenas, entre elas Marãiwatsede.
- O volume de gado adquirido de fazendas suspensas representa 2,8% de sua capacidade mensal de abate na região – calcula Angela Garcia, da área de Meio Ambiente e Sustentabilidade do JBS.
Como JBS, Marfrig e Minerva são, segundo o Greenpeace, responsáveis por 36% do abate feito na Amazônia Legal, isto significa que ainda resta enquadrar 64% dos frigoríficos do país.
- Os frigoríficos continuam se alimentando de carne suja.
São empresas que vendem seus produtos para os consumidores, por meio de supermercados que ainda não limparam suas prateleiras de passivos ambientais e sociais – denuncia Márcio Artrine, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.
Soja também pressiona terra indígena no Mato Grosso Depois de apontar no relatório “A Farra do Boi na Amazônia”, em julho de 2009, a indústria da pecuária na Amazônia como o maior vetor de desmatamento do mundo, o Greenpeace continua pressionando, só que agora para enquadrar o varejo. Por enquanto, apenas o Walmart tirou do papel o compromisso assumido de não comprar mais carne ilegal, mas o percentual de vendas é irrisório.
- Por conta de todo o desafio da pecuária em relação ao desmatamento da Amazônia, a carne é o primeiro item do programa “Qualidade Selecionada, Origem Garantida” – diz Christianne Urioste, diretora de Sustentabilidade do WalMart, explicando que o grupo fez uma parceria com o Marfrig para lançar a marca Campeiro, a primeira com rastreabilidade.
Segundo o cacique da aldeia Marãiwatsede, Damião Paradzané, a fazenda Rio Preto seria uma das principais incentivadoras da criação de gado dentro da área indígena.
A propriedade está localizada no limite da terra dos xavantes, escoa 120 mil cabeças de gado por ano e aparece na lista do Ministério da Justiça e da Funai. O GLOBO tentou contato com o dono da fazenda, sem sucesso.
Um dos maiores infratores ambientais já identificado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) mora no Mato Grosso e tem fazenda na terra indígena Marãiwatsede.
Os Penasso, da fazenda Colombo, constam da lista de punições com autos de infração por desmatamento ilegal.
Recentemente eles foram alvo da Operação Soja Pirata.
Numa área contínua de 3,6 mil hectares de terra foram apreendidas 14 mil toneladas de soja. A apreensão seria um caso isolado, não fosse o fato de 30 das 78 terras indígenas do Mato Grosso estarem localizadas em municípios com mais de dez mil hectares de soja.
- A lógica da apreensão é o carro-chefe das nossas operações, não mais as multas – explica Bruno Barbosa, coordenador de Fiscalização do IBAMA, comentando que as multas isoladamente não vinham mais surtindo efeito – Os Penasso foram multados em R$ 100 milhões, mas o efeito mais devastador é o confisco do produto, porque inibe outros infratores.
Diagnóstico do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis da ONG Repórter Brasil constatou que a soja é a “principal causa do desmatamento no cerrado e da degradação ambiental nas cabeceiras do rios que drenam as terras indígenas, colocando em risco à segurança alimentar dos índios”.
- Degradação, erosão, empobrecimento e desertificação do solo, contaminação de cursos d’água e disseminação das queimadas são alguns dos efeitos colaterais da sojicultura na terra indígena – avalia Verena Glass, autora do estudo “Impactos da soja sobre Terras Indígenas no estado do Mato Grosso”, da Repórter Brasil.