quarta-feira, 30 de junho de 2010

O QUE É MESMO TOLERÂNCIA?

O QUE É MESMO TOLERÂNCIA?
Por Roberto Mansilla[1][1]
Quarta-feira, 23 de junho de 2010. Acabo de chegar da IV.ª Jornada Interdisciplinar que teve o tema “Intolerância e Holocausto: como estudar e ensinar na sala de aula” organizado pelo Programa de Estudos Judaicos da UERJ, pela Associação Cultural B’nai B’rith do Rio de Janeiro e contando com o apoio da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.
Como professor de História da Rede Pública de Ensino participo de tal evento cujo objetivo, descrito no material entregue aos participantes, pretende “oferecer a oportunidade de capacitação intensiva sobre o Holocausto cujo entendimento completo do autoritarismo e seu processo correlato – a Intolerância – será apreciada em todas as suas vertentes”. (Caderno de textos, p. 4).
Infelizmente o que deveria ser um momento para a reflexão crítica de um dos processos mais trágicos cometidos contra a Humanidade, o holocausto nazista, transformou-se numa clara campanha de propaganda e obrigatória concordância com a política do Estado de Israel, visto como “vítima” de uma incessante campanha de “perseguição” e “antissemitismo” .
Isso me incomodou profundamente (acredito que também alguns professores) pois logo na mesa 2, “A Formação do pensamento antissemita através das imagens: do III Reich ao Irã”, ministrada pela Prof.ª Silvia Rosa Nossek Lerner (UVA) ficou claro que qualquer possibilidade de crítica a alguns aspectos de sua abordagem, seriam entendidos como “antissemitismo” ou “negação do holocausto nazista”.
Obviamente é ahistórico negar o holocausto nazista como fenômeno social, situado no contexto pós-chegada de Adolf Hitler ao poder na Alemanha, em 1933 e todo o esforço de mobilização que os nazistas fizeram para humilhar, perseguir, escravizar e eliminar quase 6 milhões de judeus, além de outros milhares de ciganos, testemunhas de jeová, comunistas, dissidentes políticos, deficientes físicos e homossexuais. Isso foi uma tragédia contra a Humanidade que nunca poderá ser esquecida.
O que discordo da exposição da Prof.ª Silvia R. N. Lerner foi a intencionalidade de transformar o holocausto nazista (fato histórico real) em “Holocausto”, ou seja, sua representação ideológica como diz Norman Finkelstein, professor da Universidade de Nova York, cuja conseqüência serviu para  legitimar – diante do sentimento de “culpa europeu” – a invasão (ou como alguns queiram “imigração”) de judeus para uma terra que já estava ocupada, em sua imensa maioria por palestinos.[2][2]
Concordando novamente com o Norman Finkelstein, o holocausto nazista tornou-se uma “indústria que exibe como vítimas o grupo étnico mais bem-sucedido dos Estados Unidos e apresenta como indefeso um país como Israel, uma das mais formidáveis potências militares do mundo, com horrenda reputação em direitos humanos que oprime os não judeus em seu território e em sua área de influência”. [3][3]
Esta ferida aberta em 1948 (e que segue sendo uma dos maiores dramas existentes da Humanidade), a “questão palestina”, começou a partir da criação do Estado de Israel que se tornou uma força de ocupação dentro do próprio território palestino. 
Mais uma vez dizer isso não é ser um “antissemita” muito menos negar a pavorosa experiência do holocausto nazista. Como professor não quero (e não posso) querer que a história de sofrimento de ninguém seja ignorada e não registrada. Por outro lado, há uma grande diferença entre reconhecer a opressão aos judeus e usar isso como pretexto para opressão de outro povo. É preciso ser capaz de distinguir entre o que aconteceu com os judeus na Segunda Guerra Mundial e na Europa nos séculos de antissemitismo aberto e institucionalizado e o que as pessoas sentem sobre as terríveis práticas de ocupação militar e despojamento da Palestina. Não nos esqueçamos de que o que Israel faz é feito abertamente em nome do povo judeu.
Era isso que eu imaginava colocar no espaço reservado ao debate.  Mas percebi que tais opiniões não seriam aceitas por tudo aquilo que li no caderno do evento e ouvi nas exposições dos debatedores, principalmente o da já citada Prof.ª Silvia R. N. Lerner .
Então, um pouco antes do tempo para o debate, resolvi divulgar um pequeno texto aos professores participantes. Não queria ser inconveniente e apenas entreguei algumas cópias para que alguns passassem aos outros colegas. O texto mencionado não era de minha autoria. Tratava-se de um panfleto datado do início de 2009, assinado por várias entidades, das quais tive o cuidado de retirá-las nas cópias que usei, para que não fosse entendido como propaganda de alguma delas. O texto intitulado “Chega de Matança” foi um material divulgado durante um ato que ocorreu no Rio de Janeiro contra os bombardeios feitos a civis por Israel na Faixa de Gaza. (Se alguém desejar posso passar na íntegra o referido texto para que tenham sua própria leitura).
Pretendia apenas contribuir para a reflexão crítica e, quem sabe, estimular os professores presentes com alguma questão para o debate posterior. Qual a minha surpresa quando as Prof.ªs Silvia R. N. Lerner, Maria Luiza Tucci Carneiro (USP) e também  a Prof.ª Regina Lúcia Henriques (representante da Associação Beneficente e Cultural B’nai Brith do Rio de Janeiro) de forma a cercear o livre direito a expor idéias me intimaram de forma truculenta a deixar o plenário, pois queriam ter uma “conversa particular” comigo.
Perplexo fui obrigado a me identificar (dizer meu nome, matrícula e coordenadoria). Indignei-me com a forma intimidadora, desrespeitosa e cerceadora que fui tratado. A Prof.ª Silvia R. N. Lerner era a mais exaltada. Disse que eu estava agindo como “antissemita” e “racista”. Pior: queriam saber de que “organização árabe e terrorista” eu fazia parte! Confesso que fiquei pasmo. Olhavam-me com raiva (para não dizer ódio) e me acusavam constantemente de estar “intencionalmente disposto a acabar com o evento”.
Comecei a ficar mais e mais constrangido, principalmente por se tratar de professoras, colegas de profissão, cujo papel seria discutir, problematizar idéias e não agir como agentes de segurança do Estado de Israel.
Respondi que como um evento que se propunha discutir as formas de “Intolerância” e “princípios de convivência, baseados no diálogo da diversidade e do multiculturalismo” (cf. a p. 3 da apresentação pedagógica feita pela Prof.ª Helena Lewin, no Cadernos de textos) era uma contradição a maneira pela qual estavam me tratando, com ofensas morais. Uma das professoras lamentou inclusive o fato de ser professor da rede municipal de ensino. Não me lembro qual delas chegou a dizer de forma desdenhosa “como pôde ter estudado na UFF?”.
Cada vez mais irritado, disse a elas que estava me retirando do evento e que não se preocupassem com as minhas “ameaças”. Novamente fui surpreendido quando a Prof.ª Silvia R. N. Lerner disse que “devia esperar o debate e ter a coragem de expor minhas idéias”, pois segundo ela “estava me escondendo” ao “divulgar um texto racista sem identificação”.
Dessa maneira fui “convidado” a entrar, esperar o fim de vídeo que estava passando e “falar” para mostrar claramente as minhas idéias. No momento em que começou o debate, já bem atrasado e perto do almoço, fiquei na frente esperando a chance de expor e retirar a acusação de “antissemita” ou “negador do holocausto nazista”. Qual foi minha surpresa (pra dizer a verdade já esperava por isso) quando a Prof.ª Silvia R. N. Lerner ignorou-me, mesmo tendo insistentemente levantado a mão. Já prevendo o que poderia acontecer disse que as perguntas deveriam ser feitas exclusivamente sobre o tema da jornada “Intolerância e Holocausto: como estudar e ensinar na sala de aula”.
Como já disse antes até formulei algumas questões que tinha interesse em problematizar sobre a referida temática, dizendo que não me parecia correto trabalhar com os alunos em sala de aula esse fenômeno como acontecimento histórico único, bem diferente da intenção dos organizadores em transformar o holocausto nazista em “Holocausto”. Assim é possível do ponto de vista histórico dizer que ocorreram vários “holocaustos” (entendido como massacre, hecatombe, dizimação intencionada de um povo ou um grupo étnico). Acaso o que ocorreu na Guerra de Conquista movida pelos colonizadores espanhóis ao chegarem na “América pré-colombiana” não foi isso? E o massacre de armênios pelos turcos na primeira década do século XX? E os palestinos? Por que é um tabu dizer que o que Estado de Israel fez e continua fazendo a eles, desde 1948 é algo diferente, na utilização dos mesmos métodos de violência, tortura, cerceamento, humilhação e assassinatos de civis? Afirmar isso é “antissemitismo” ou negar o “holocausto nazista”?
Com isso não quero e também sei da impossibilidade e da ofensa em comparar sofrimentos. O que os judeus passaram é horrível e realmente sem precedentes. Mas por outro lado, isso não pode ser usado como forma de diminuir a terrível punição que os palestinos tem sofrido nas mãos do Estado de Israel. Não é uma questão de comparações. É uma questão de dizer que ambos são inaceitáveis.
Enfim, o que mais me chateou profundamente a ponto de não ficar para a parte da tarde dos debates (continuava perplexo com tudo o que aconteceu) foi essa intolerância em tratar opiniões contrárias. Imaginava que num espaço público como a Universidade, isso houvesse sido superado e ficasse restrito aos “Anos de Chumbo” de triste memória para todos nós.
O pior ainda estava por vir. Mais uma vez a Prof.ª Silvia R. N. Lerner dirigiu-se a mim, me pegando pelo braço e disse “Fora do meu debate! Faça o seu sobre os palestinos!” Esse comportamento me levou – já profundamente irritado – a dizer em tom alto que me retiraria imediatamente do evento pois não se tratava de um debate acadêmico, mas de uma tentativa de malversar a História, ainda mais pelo fato do referido evento ser organizado por um núcleo de pesquisadores de uma Universidade pública.
Por fim registro minha preocupação com os eventos organizados ou apoiados pela Secretaria Municipal de Educação. Ela deveria ser mais cuidadosa nas parcerias feitas cujo objetivo é a reunião de um grande número de professores. Verifiquei e sofri exemplos de intolerância em um espaço público, acadêmico, logo, de debateNão é essa visão de história intolerante, monolítica e reducionista que tento construir com meus alunos diariamente.Lamentável!



[1][1] Mestre em História pela UFF e professor da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro. E-mail: robimansilla@hotmail.com
[2][2] Só para se ter uma idéia dessa tragédia (que os palestinos denominam de Nakba) entre a divisão da Palestina e a formação do Estado de Israel, num período de seis meses, brigadas armadas israelenses ocuparam cerca de 80% da terra palestina e expulsaram mais de 800 mil palestinos, de um total de 950 mil. Essa expulsão se deu através de sucessivos massacres. Várias cidades foram arrasadas forçando a população palestina a refugiar-se nos países vizinhos, em campos de refugiados, nas quais existem por volta de mais de 4 milhões. Em 1948, os palestinos tornaram-se minoria em seu próprio território.

[3][3] Cf. Norman Finkelstein, A indústria do Holocausto. Reflexões sobre a exploração do sofrimento dos judeus, p. 13. O autor é  filho de judeus egressos do Gueto de Varsóvia e sobreviventes dos campos de concentração de Maidanek e Auschwitz.

terça-feira, 29 de junho de 2010

ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS - RECIFE


NOTA PÚBLICA SOBRE AS ENCHENTES EM PERNAMBUCO E ALAGOAS

Mais de 80 mil pessoas, só em Pernambuco, tiveram suas casas parcial ou completamente destruídas pela enxurrada. As enchentes causaram, até agora, 17 mortes só em Pernambuco, oito em Recife. Apenas em Alagoas estima-se 600 desaparecidos. Em Pernambuco, 80 municípios estão afetados e 59 cidades atingidas diretamente, 30 estão em situação de emergência, e 9 em estado de calamidade pública. Oitenta pontes foram arrastadas e 2.103 Km de estradas danificadas. As informações demoram a chegar e vem à medida que os acessos às cidades são restabelecidos pelo exército. 
A força das águas provocou transbordamento de rios, sangramento das barragens, levou até um tanque de armazenamento de uma usina de açúcar que pesava 180 toneladas. Faltam comida e água, não há comércio para vender absolutamente nada. Diversas cidades estão sem energia elétrica, sem abastecimento de água potável, sem hospitais, sem delegacia, presídios foram destruídos e os bancos estão fechados. O CENÁRIO É DE GUERRA. As pessoas já passam a brigar na rua por qualquer pedaço de comida achado no meio dos entulhos e lama.
Cidades inteiras estão devastadas. Após a enxurrada, a cidade mais populosa da Mata Sul do Estado de Pernambuco, Palmares, com 56 mil habitantes, está completamente destruída e sem acesso por terra. A ponte sob o Rio Una, na BR 101, foi carregada pelas águas.  Cortês, na mesma região, foi varrida pelo Rio Sirinhaém e só sobra destroços onde antes era uma cidade.  O governo estadual e federal mobilizou as forças armadas, estão sendo desenvolvidos os trabalhos de reestruturação básica, religamento de  luz e água potável, os serviços de telefonia móvel estão sendo reestruturados, bem como a montagem de hospitais de campanha.
Mas a verdade deve ser dita. Sabemos que o clima na Zona da Mata de Pernambuco e Alagoas é As’ (Tropical quente e úmido com chuvas no outono-inverno), no qual são comuns, nesse período, chuvas contínuas e de grande intensidade, com precipitações que podem chegar de 1.500mm a 2.500 mm anuais. A Zona da Mata de Pernambuco é caracterizada ainda pelas formações geomorfológicas de “mares de morros” e alguns pontos, principalemente em Alagoas, pelos tabuleiros costeiros, com solos argilo-arenosos, com rios que correm em meandros, sem mais a existência da Mata Atlântica.
Em 1963, na primeira edição do livro A Terra e o Homem no Nordeste, o geógrafo Manuel Correia de Andrade já descrevia o processo de ocupação urbana da Zona da Mata açucareira do Nordeste da seguinte forma:
“As cidades surgiram nas encostas, pois se procuravam a proximidade com os rios, temiam a invasão das águas durante as enchentes, enchentes sempre violentas pela rapidez com que se apresentavam e pela excessiva oscilação do débito dos rios, de vez que estes, tendo a maior extensão dos seus cursos nas áreas semi-áridas do Agreste e Sertão, possuem a irregularidade típica dos rios de caatinga. Irregularidade expressas pela ausência  d’água no leito durante o estio e pelo transbordamento para a várzea, alagando e encharcando os canaviais, na estação das chuvas”
Nada mudou de 1963 para 2010. Ao longo de vários anos, a monocultura da cana de açúcar transformou o espaço da Zona da Mata do Nordeste, em um espaço de “confinamento da pobreza” e degradação das relações sociais. O latifúndio da cana, não só deteriorou as condições sociais dos trabalhadores ao longo de vários anos, como também causou graves crimes ambientais, dentre eles, a completa destruição da Mata Atlântica e das matas ciliares, alteração de leitos de rios e seus afluentes, construções de barragens e diques, poluição dos cursos d’água, corte de encostas e muitos outros crimes.
Nos últimos 20 anos, os grandes usineiros e donos de latifúndio da cana, confinaram a pobreza nas cidades de pequeno e médio porte, onde os trabalhadores vivem na dependência do ciclo da cana, do chamado período de moagem das usinas, período em que o cheiro do vinhoto despejado nos córregos e rios, da moagem da cana e das grandes queimadas torna o ar carregado de fuligem e nos remetem a realidade da pobreza e da exploração, fazendo parte da dura realidade das cidades das Zonas da Mata Pernambuco e Alagoas.
 A decadência e fechamento de várias usinas de cana de açúcar nos dois estados, o fim dos incentivos governamentais na década de 90 para a produção do álcool e a conseqüente migração dos investimentos, por parte dos usineiros locais, para o Sudeste e Centro Oeste brasileiro, agravou ainda mais a situação. Os trabalhadores que viviam da cana passaram a viver do comércio, e a falta de estrutura de um sistema produtivo com o crescimento populacional das cidades de pequeno e médio porte, fazem da Zona da Mata ainda um lugar da pobreza.
Assim, o resultado de uma desigual ocupação do espaço, aliado aos fatores sociais, a falta de investimentos nas cidades da zona da mata, bem como a não existência de uma articulada rede de prevenção de catástrofes naturais no território nacional, capaz de prevenir fenômenos meteorológicos com mais precisão e eficiência, dando tempo à defesa civil alertar e divulgar medidas cautelares aos moradores das cidades ribeirinhas vem prejudicar mais gravemente os trabalhadores e os mais pobres que vivem na região.
É com este pensamento e avaliação que nós, da Associação dos Geógrafos Brasileiros - Seção Recife, nos solidarizamos ao povo Pernambucano e Alagoano apontando o real culpado pelo os estragos, o latifúndio da cana de açúcar e não apenas a grande quantidade de chuvas.

Tortura Ontem e Hoje: Atualização da violência

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Nota sobre a visita de Lula ao Pará

SURDO, CEGO E  DISPLICENTE
Um forte aparato de repressão, composto pela Força Nacional, pela Tropa de Choque e pela polícia militar, impediu que o protesto de cerca de 400 ribeirinhos, pequenos agricultores, estudantes e professores contra a hidrelétrica de Belo Monte chegasse ao presidente Lula esta semana, em Altamira (PA).

O representante do governo federal, Geraldo Magela (colaborador do ministro Luis Dulci, da Secretaria Geral da Presidência), esteve à frente das forças policiais que bloquearam o acesso dos manifestantes ao Estádio onde Lula falou à população. Lideranças sociais foram fichadas, houve revista pessoal e apreensão de faixas ou qualquer material contrário a Belo Monte.

Não bastasse serem impedidos de levar suas demandas ao presidente, os ameaçados pela usina foram publicamente humilhados, chamados de meninos, ignorantes. Procurando comparar-se a eles, Lula afirmou que, em sua juventude, acreditou em disparates como terremotos, mudança do clima ou do eixo do planeta, causados pela hidrelétrica de Itaipu. “Se eles [os manifestantes] tivessem paciência para ouvir”, disse Lula... Se ele tivesse essa paciência, saberia que os medos da população do Xingu não são fanatsiosos. São medos reais de quem está ameaçado pela destruição de seu lar, de seu modo de vida, de suas fontes de sobrevivência, e de toda a imensurável beleza que faz a vida valer a pena no Xingu.

Cegado pela displicência, o presidente não viu que os rostos dos que tentaram se fazer ouvir eram morenos, brancos, negros,vincados e queimados de sol, e suados com o calor que tanto o incomodou. Não eram “gringos”, como disse Lula na sua próxima parada, em Marabá.

“Nós precisamos mostrar ao mundo que ninguém mais do que nós quer cuidar da nossa floresta”, disse Lula. Nós? O governo, que faz as obras que destroem e atraem a destruição das matas? Não, somos nós os que sabemos cuidar da floresta, aqueles que estamos tentando nos fazer ouvir desesperadamente. Somos os que historicamente cuidamos da natureza, porque ela é tudo que temos.

Lula falou em R$ 4 bilhões “para cuidar do povo ribeirinho”. Isto deve nos alegrar? Deve pagar a destruição de nossas vidas, e das vidas das futuras gerações? Devemos comemorar e nos calar?

Esta semana no Pará, houve espaço para uma só voz, arrogante, displicente e prepotente. Lula, o governo federal e o governo estadual, que até hoje não se dignaram a ouvir os apelos dos ameaçados por Belo Monte, novamente ignoraram e deram as costas aos ribeirinhos, agricultores e moradores das palafitas de Altamira, e aos seus medos e sonhos. Novamente, a despeito da expectativa e da ansiedade de serem ouvidos, estes cidadões tiveram a porta batida em suas caras.

Altamira, 23 de junho de 2010

Movimento Xingu Vivo para Sempre, Via Campesina (MAB, CIMI, CPT, PJR, FEAB, ABEEF), MMCC, UJS, Consulta Popular, DA-UFPA, PJ, SINTEPP, Movimento Negro - CFNTX, Pastoral da Criança, Forum Popular, SOS Vida

sábado, 26 de junho de 2010

A tragédia no Nordeste tem culpado


• Uma grande tragédia recai sobre o Nordeste. Há dias que as chuvas estão castigando cidades de Pernambuco e Alagoas. As enchentes provocaram desabamentos e destruíram milhares de casas. Cidades inteiras foram praticamente arruinadas. Até agora, mais de 170 mil pessoas estão desalojadas e mais de 45 foram mortas. Mas o número de vítimas é bem maior, pois há mais de 150 pessoas desaparecidas.

As cenas da tragédia lembram a ocorrida em Santa Catarina, em 2008, ou Angra dos Reis e Rio de Janeiro, neste ano. Mas há outra coisa semelhante entre esses episódios. Como as outras, a tragédia no Nordeste também poderia ter sido evitada. 
A tragédia vitimou, sobretudo, as pessoas mais pobres. Vítimas de baixos salários e da pobreza, elas são empurradas para as margens de rios e ocupam áreas de riscos. 

As oligarquias regionais que controlam Alagoas e Pernambuco (de Teotônio Vilela Filho, ligado ao PSDB, a Eduardo Campos, Fernando Collor ou Renan Calheiros, ligados ao governo Lula) são os principais responsáveis por esta tragédia. Décadas de governo destas oligarquias significam miséria para os trabalhadores.

A situação, que já é precária para muitos, se tornou ainda pior com a tragédia. Famílias que perderam suas casas reclamam da falta de água, comida, colchões, cobertores, roupas, alimentos e água. Um morador de União doa Palmares, descreveu a situação ao jornal O Estado de S.Paulo: “Estamos com sede. Comida não trazem. Quem traz é o povo que mora onde as águas não chegaram. Tem que comer pouquinho para deixar para outra pessoa. Senão não tem.” Os moradores também sofrem com a falta de água e energia. Logo, doenças poderão se proliferar e vitimar mais pessoas.

No início, o governo liberou apenas R$ 50 milhões para Alagoas e Pernambuco. Mas diante da repercussão da tragédia o presidente Lula foi obrigado a aumentar a ajuda para mais 500 milhões de reais. No entanto, o valor é bem pequeno quando comparado R$ 4,5 bilhões previstos para a transposição do São Francisco. Todo esse dinheiro poderia ter sido destinado a melhorar as condições de vida e moradia da população, mas o governo prefere atender os interesses do agronegócio e das empreitaras. 

Por outro lado, se o governo não envia a ajuda necessária para ajudar os desabrigados, decidiu enviar integrantes da Força Nacional de Segurança Pública para supostamente “combater saqueadores”.

A atuação do governo é absurda. Ao invés de enviar ajuda aos desabrigados, o governo envia polícia para reprimir a população! Os trabalhadores precisam exigir que Lula destine ajuda concreta aos desabrigados. Os trabalhadores e suas e organizações devem ajudar numa campanha de solidariedade às vítimas da tragédia. 
Zé Maria - CONLUTAS

Aniversário de 60 anos de guerra entre Coréias

Aniversário de 60 anos de guerra entre Coreias coincide com o agravamento do conflito

El País
José Reinoso
Em Pequim (China)


quarta-feira, 23 de junho de 2010

FOME: Vergonha...

Mais de um terço dos brasileiros declara que não come o suficiente “às vezes” ou “normalmente”. No total, 35,5% das pessoas se classificam nessa situação de fome.
Click no título e veja matéria completa

Êeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

Lúcio, zagueiro vaca brava de Dunga contra a metrópole vai superar Pelé em jogos de copa do mundo. É triste!

Filosofia do técnico da França: Quem apanha não esquece

Parreira poderia ter saido a francesa Êeeeeeeeeeeee
Esse é o Parreira...Ainda bem que nos livramos dele.Mas confesso que fiquei desanimado ao saber que vai "trabalhar" no Rio de Janeiro.

O Brasil do Dunga ganhou da Coréia do Norte...Os norte-coreanos perderiam até para o Ceará. Não me conformo o Dunga não ter convocado nenhum jogador  do Ceará.

Lula tem vergonha do seu passado.
Em Altamira(PA) irrita-se com "meia dúzia" de jovens que protestavam contra a contrução da Usina Belo Monte. Usa de argumentos babacas para desqualificar os jovens. Chegou a dizer que,  tudo que fez quando tinha essa idade era por falta de informações.

Pra quem como eu já tentou chegar perto de uma atividade de Lula para protestar, sabe que é quase impossível chegar perto do palanque e fazer o protesto. Segurança total para que ninguém atrapalhe o discurso do "verdade absoluta". Parabéns aos jovens.

PCdoB
"O Aldo é um exemplo muito interessante para o Brasil (...) A gente se entende não é de agora. Gosto de repetir que, se não fosse o Aldo Rebelo, ainda não teríamos transgênico funcionando no Brasil" Senadora Kátia Abreu (DEM-TO)presidente da Confederação Nacional de Agricultura, e maior representante dos ruralistas no país. (Valor Econômico 11/06/2010)

A Nova Dilma é tudo do mesmo.
"Sou inteiramente contrária à tomada de locais públicos e invasões de terra. Não pretendo compactuar com qualquer atitude ilegal" Êeeeeeeeeeee A mulher não lembra mais nem quem foi. Segue a linha do patrão.

O Serrote diz que sofre "terrorismo pela internet" . Então tá! Os professores de SP não?

Viva a Família Sarney
Deputado do PT do Maranhão desiste da greve de fome. Acreditou nas promessas que se dependesse do PT iria morrer de fome. Fez bem! Grande bobagem greve de fome. Como diz os petistas: coisa da direita.

Marina a ex ecopetista agora diz:"É justo você ter aposentadorias dignas. Por outro lado, há o problema das contas públicas". Êeeeeeeeeeeeeee Essa pelo menos diz agora que vai sacanear velhos se chegar a presidência.

Veto ao fim do fator previdênciário. Governo diz "pro peão": Trabalhe até a morte.

Lula sobre as chuvas no Rio: " A única coisa que a gente pode fazer, num momento como esse, é pedir a Deus que a chuva pare um pouco, para as coisas melhorarem e voltarem à normalidade".

Quem é o burro, cagão e covarde no Brasil?

Na vitória em 2002 Lula tomou o vinho mais caro do mundo. Um tal de Romanné-Conti (em alguns leilões chega a 20 mil verdinhas maericanas).Vamos ver a pedida de Dilma em caso de vitória. Eu conheço vinho de 4, 5, no máximo 20 dólares.

4 mil acessos no blog. Muito legal. Só tenho a agradecer a vocês. Valeu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Circula na internet

Vejam Dunga dando uma de João Saldanha em cima da TV Globo
Circula na internet o seguinte texto de Jim Ignácio Muller, que nos foi enviado por Delmiro Gouveia:
O Jornal O Globo em sua primeira página da edição de hoje, quarta-feira 16 de junho de 2010, desce a lenha na seleção e principalmente no seu treinador.
Qual a razão dessa súbita mudança de comportamento ? Vamos aos fatos :
Segunda-feira, véspera do jogo de estréia da seleção brasileira contra a Coréia do Norte, por volta de 11 horas da manhã, hora local na África do Sul.
Eis que de repente, aportam na entrada da concentração do Brasil, dona Fátima Bernardes, toda-poderosa Primeira Dama do jornalismo televisivo, acompanhada do repórter Tino Marcos e mais uma equipe completa de filmagem, iluminação etc.
Indagada pelo chefe de segurança do que se tratava, a dominadora esposa do chefão William Bonner sentenciou :
“ Estamos aqui para fazer uma REPORTAGEM EXCLUSIVA para a TV Globo, com o treinador e alguns jogadores…”
Comunicado do fato, o técnico Dunga, PESSOALMENTE dirigiu-se ao portão e após ouvir da sra. Fátima o mesmo blá-blá-blá, foi incisivo, curto e grosso, como convém a uma pessoa da sua formação.
“ Me desculpe, minha senhora, mas aqui não tem essa de “REPORTAGEM EXCLUSIVA” para a rede Globo. Ou a gente fala pra todas as emissoras de TV ou não fala pra nenhuma…”
Brilhante !!! Pela vez primeira em mais de 40 anos, um brasileiro peitava publicamente a Vênus Platinada !!!
“ Mas… prosseguiu dona Fátima – esse acordo foi feito ontem entre o Renato ( Maurício Prado, chefe de redação de Esportes de O Globo ) e o Presidente Ricardo Teixeira. Tenho autorização para realizar a matéria”.
“ Não tem autorização nem meia autorização, aqui nesse espaço eu é que resolvo o que é melhor para a minha equipe. E com licença que eu tenho mais o que fazer. E pode mandar dizer pro Ricardo ( Teixeira ) que se ele quer insistir com isso, eu entrego o cargo agora mesmo!”
O treinador então virou as costas para a supra sumo do pedantismo e saiu sem ao menos se despedir.
Dunga pode até perder a Copa , seu time pode até tomar uma goleada, mas sua atitude passa à história como um exemplo de coragem e independência.
Dunga, simplesmente, mijou na Vênus Platinada ! Uma estátua para ele !!!



segunda-feira, 21 de junho de 2010

ENEM

Enem 2010: Tire suas dúvidas sobre o exame; inscrições começam na segunda-feira

Da Redação
Em São Paulo
O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) recebe inscrições a partir desta segunda-feira, 21 de junho, às 10h. Os pedidos devem ser feitos exclusivamente pela internet, no site http://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao .
As provas serão aplicadas nos dias 6 e 7 de novembro de 2010. Tire suas dúvidas sobre o exame consultando o questionário abaixo, baseado em informações fornecidas pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), organizador da prova.
O exame é voltado a estudantes que vão concluir o ensino médio em 2010 e pode servir como um certificado de conclusão desta etapa.
A avaliação é obrigatória para quem quer participar do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), do Prouni (Programa Universidade para Todos) e, a partir de 2011, do Fies (Financiamento Estudantil). Além disso, diversas faculdades utilizam a nota do Enem em seus processos seletivos de forma total ou parcial.
Diferente dos anos anteriores, nesta edição os candidatos terão questões de língua estrangeira. Na inscrição, é preciso optar pelos idiomas inglês ou espanhol. Veja o edital do Enem 2010.

Como se inscrever no Enem

O período de inscrição vai das 10h do dia 21 de junho até às 23h59 de 9 de julho, observado o horário oficial de Brasília (DF), somente pelohttp://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao. Para se inscrever, o interessado deve preencher o formulário disponível na web, adotando os seguintes procedimentos:
  • informar os dados pessoais;
  • solicitar, quando necessário, atendimento especial ou diferenciado especificados em campo próprio do formulário;
  • definir o idioma da sua prova de língua estrangeira (inglês ou espanhol);
  • selecionar o estado e o município onde deseja realizar as provas;
  • indicar a pretensão de utilizar os resultados do Enem para fins de certificação de nível médio (no caso de uso do Enem para certificação, o inscrito deverá ainda indicar a Secretaria de Estado de Educação ou Instituição da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica para o qual deseja enviar seus dados e notas para pleitear certificação);
  • preencher o questionário socioeconômico, obrigatório para a conclusão da inscrição;
  • verificar se o envio dos dados da inscrição foi concluído com sucesso, conferindo as informações prestadas e o número de inscrição fornecido pelo sistema de inscrição;
  • preencher declaração de carência, para pleitear isenção de taxa de inscrição, ou imprimir Guia de Recolhimento da União – GRU Simples e efetuar o pagamento no valor de R$ 35 em qualquer agência do Banco do Brasil, até a data de vencimento nela apresentada. O pagamento após a data de vencimento implica o cancelamento da inscrição. O Banco do Brasil confirmará o pagamento junto ao Inep.
A inscrição só será válida após a confirmação do pagamento.

Quais documentos são obrigatórios para realizar a inscrição?

Para efetuar a inscrição são imprescindíveis o número de CPF (Cadastro de Pessoa Física) e o número do documento de identidade. No ato da inscrição, ao digitar o número do documento, o sistema buscará informações do titular na base de dados da Receita Federal. A medida impede que a inscrição seja efetuada com o CPF de outra pessoa.
Os estudantes que não tiverem o documento podem retirá-lo em qualquer agência dos Correios, Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. No caso dos menores de 16 anos, é preciso que esse pedido seja feito pelos pais ou pelo responsável legal.
Considera-se como documento de identidade a cédula de identidade expedida por Secretarias de Segurança Pública, pelas Forças Armadas, Polícia Militar, Polícia Federal, a identidade expedida pelo Ministério das Relações Exteriores para estrangeiros, a identificação fornecida por ordens ou conselhos de classes que por Lei valham como documento de identidade, a Carteira de Trabalho e Previdência Social, o Passaporte e a Carteira Nacional de Habilitação com fotografia, na forma da Lei nº 9.503, de 1997.
Não serão aceitos como documentos de identificação protocolos, Certidão de Nascimento, Certidão de Casamento, Título Eleitoral, Carteira Nacional de Habilitação em modelo anterior à Lei nº 9.503/97, Carteira de Estudante, crachás e identidade funcional de natureza pública ou privada que não possua fé pública, validade em todo o território nacional e fotografia.

Quem pode participar do Enem?

A participação no Enem é voluntária, destinada aos concluintes, egressos do ensino médio em anos anteriores e àqueles que não tenham concluído o ensino médio e pretendam se certificar.

É recomendável a quem não concluiu vai concluir o ensino médio neste ano fazer o Enem 2010 para “treino”?

Não. Segundo informações do MEC (Ministério da Educação), alunos interessados nos futuros processos seletivos devem prestar o exame no período mais adequado, que é o ano de conclusão do ensino médio. Alunos de outras séries sempre terão oportunidade de se preparar para a prova analisando as edições anteriores do exame, que ficarão disponíveis na página do Inep/MEC imediatamente após sua aplicação.

Quem não foi bem no Enem 2009 terá a chance de fazer outro exame agora?

Sim, o candidato pode fazer o Enem quantas vezes quiser, mesmo que tenha concluído o ensino médio há alguns anos.

Quem pode pedir atendimento diferenciado no Enem 2010?

Está previsto o atendimento diferenciado para pessoas com deficiência e para sabatistas e mulheres que estiverem amamentando. Inscritos nessas condições deverão adotar os seguintes procedimentos:
  • informar, no ato da inscrição, a deficiência reconhecida em laudo médico ou o elemento que motiva o atendimento diferenciado;
  • indicar, em campo específico do formulário eletrônico de inscrição, de acordo com as opções apresentadas, o atendimento diferenciado solicitado e o auxílio necessário;
  • dispor dos documentos comprobatórios da situação da deficiência ou da situação declarada para atendimento diferenciado;
  • estar ciente de que as informações prestadas devem ser exatas e fidedignas, caso contrário poderá responder por crime contra a fé pública, o que acarretará sua eliminação do Enem 2010.
A entidade contratada pelo Inep para realizar o exame deve entrar em contato com o participante para verificar a viabilidade de atendimento da solicitação até o dia 9 de agosto.
Após essa data, o inscrito deverá verificar na página de acompanhamento da inscrição, em http://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao, se sua solicitação será atendida. O Inep se reserva o direito de exigir do participante, a qualquer tempo, documento(s) comprobatório(s) da deficiência ou da necessidade de atendimento diferenciado informados no ato da inscrição. Não será aceita solicitação de atendimento à pessoa com deficiência ou de atendimento diferenciado via postal, fax ou correio eletrônico.

Como fazer o acompanhamento da inscrição?

No momento da inscrição, o participante receberá um número de inscrição e deverá cadastrar a senha de acesso ao sistema. O número de inscrição e a senha deverão ser mantidos sob guarda do inscrito e serão indispensáveis para o acompanhamento do processo de inscrição, para a obtenção dos resultados individuais via internet e para a inscrição em programas de acesso ao ensino superior (Sisu), de bolsa de estudos (Prouni), de financiamento estudantil (Fies), entre outros programas governamentais.

Qual o valor da taxa de inscrição?

Para quem não é isento, o valor da taxa é de R$35 (trinta e cinco reais). O inscrito deverá imprimir a GRU simples (Guia de Recolhimento da União) e efetuar o pagamento da taxa de Inscrição do Enem em qualquer agência do Banco do Brasil, até a data de vencimento nela apresentada. O pagamento após a data de vencimento implica o cancelamento da inscrição. O Banco do Brasil confirmará o pagamento junto ao Inep.
A inscrição só será válida após a confirmação do pagamento feito por meio da GRU. O valor referente à taxa de inscrição não será devolvido, mesmo com mudança de data de realização do exame ou em razão de pagamento efetuado em duplicidade, exceto no caso de cancelamento da prova.

Quem é isento da taxa de inscrição?

São isentos de pagamento os alunos concluintes do ensino médio na rede pública, em qualquer modalidade de ensino, e aqueles que declararem carência, isto é, declararem ser membros de família de baixa renda ou estar em situação de vulnerabilidade socioeconômica, nos termos do Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007.

Como solicitar isenção de taxa por meio de declaração de carência?

Para declarar carência, o participante deverá:
  • no ato da inscrição, declarar carência e concordar com os termos da declaração apresentada;
  • dispor dos documentos comprobatórios da situação de carência declarada;
  • estar ciente de que as informações prestadas na declaração de carência devem ser exatas e fidedignas; caso contrário, poderá responder por crime contra a fé pública, o que acarretará sua eliminação do exame.
O Inep se reserva o direito de exigir, a qualquer tempo, documentos comprobatórios da situação de carência declarada. Não será aceita solicitação de isenção do pagamento da taxa de inscrição via postal, via fax ou via correio eletrônico.

Como obter a confirmação de inscrição?

Após a confirmação do pagamento da inscrição, o comprovante de confirmação da inscrição estará disponível no http://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao.
O cartão de confirmação da inscrição, contendo o número de inscrição, data, hora e local onde será realizado o Exame e a indicação de atendimento diferenciado, quando for o caso, será enviado, por via postal, pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, para o endereço informado pelo interessado no ato da inscrição e estará disponível na página de acompanhamento da inscrição do Enem 2010.

O inscrito irá receber em casa o questionário socioeconômico?

Não. Neste ano, o questionário socioeconômico estará disponível somente no sistema de inscrição online e o preenchimento é obrigatório para a conclusão da inscrição. As informações dos inscritos são indispensáveis, pois permitirão ao Inep traçar um perfil mais preciso dos concluintes do ensino médio, dos egressos e dos demais participantes do Enem 2010.

Como será feita a inscrição de detentos e internos?

O Inep fará uma edição específica do exame para os adultos submetidos a penas privativas de liberdade e adolescentes sob medida socioeducativa, que inclua privação de liberdade, com prazos de inscrição e datas de aplicação diferentes, regulamentado por edital próprio a ser publicado futuramente pelo Inep.

Quando serão aplicadas as provas do Enem 2010?

O Enem 2010 será realizado nos dias 6 e 7 de novembro de 2010, nas 27 unidades da Federação. As provas terão início às 13h, de acordo com o horário oficial de Brasília (DF).
Será observado o seguinte calendário de provas:
  • no dia 6/11/2010 (sábado), das 13h às 17h30 - Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
  • no dia 7/11/2010 (domingo), das 13h às 18h30 - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, além de Redação, e Matemática e suas Tecnologias

Onde as provas serão aplicadas?

As provas serão aplicadas nas 27 unidades da Federação, nos municípios indicados nos Anexo I do Edital do Enem 2010 e nos locais informados nos Cartões de Confirmação das Inscrições.

Qual o horário para início das provas?

Nos dias de realização do exame, os portões de acesso aos locais de prova serão abertos às 12h e fechados às 12h55, de acordo com o horário de Brasília (DF), não sendo permitida a entrada do inscrito que se apresentar após o horário estipulado.
O inscrito deverá comparecer ao local de realização da prova com antecedência de uma hora do horário fixado para seu início.

O que levar nos dias de prova?

O inscrito deve se dirigir ao local de prova indicado no Cartão de Confirmação da Inscrição, portando:
  • documento de identificação original;
  • Cartão de confirmação da inscrição, enviado via postal pelos Correios, e disponibilizado na página de acompanhamento do inscrito;
  • caneta esferográfica de tinta preta.
A não apresentação de documento de identificação original impossibilita o inscrito de adentrar o ambiente de provas e resulta na sua eliminação do Enem 2010.
Os inscritos cujo documento de identificação original apresentado não permita a completa identificação dos seus caracteres essenciais ou de sua assinatura, em razão do estado de conservação ou da distância temporal da expedição do documento, não poderão adentrar o ambiente de provas e serão eliminados do Enem 2010.

O que fazer em caso de perda do documento de identificação original no dia da prova?

O inscrito impossibilitado de apresentar o documento de identificação original no dia da realização das provas, por motivo de extravio, perda, furto ou roubo, poderá realizar a prova, desde que:
  • apresente Boletim de Ocorrência expedido por órgão policial, emitido há no máximo 90 (noventa) dias;
  • submeta-se à identificação especial, que compreende a coleta de dados e assinatura em formulário próprio.

Quais as restrições para os dias de prova, por motivo de segurança?

Durante a realização da prova não será admitida qualquer espécie de consulta ou comunicação entre os inscritos, nem a utilização de lápis, borracha, apontador, lapiseira, grafite, livros, manuais, impressos, anotações, máquinas calculadoras e agendas eletrônicas ou similares, telefones celulares, pagers, bip, walkman, gravador, mp3 ou similar, relógio, ou qualquer receptor ou transmissor de dados e mensagens.
Também não serão fornecidas informações referentes ao conteúdo das provas, por qualquer membro da equipe de aplicação do exame.

Qual o tempo mínimo de permanência na sala de prova?

O tempo mínimo de permanência na sala de provas é de duas horas, a partir do início do exame. Ao final das provas, os três últimos candidatos na sala só serão liberados quando todos tiverem concluído o exame ou o tempo de prova tiver sido encerrado.

Quando será permitido deixar a sala de prova levando o caderno de questões?

Os candidatos só poderão levar o caderno de questões se deixarem a sala depois de decorridas quatro horas desde o início da aplicação, nas provas do sábado, 6/11/2010, e decorridas cinco horas do início das provas do domingo, 7/11/2010.

Como proceder na marcação dos cartões-resposta e da folha de redação?

As respostas das provas objetivas e a redação do candidato devem ser transcritas nos respectivos cartões-resposta e folha de redação, que deverão ser entregues ao fiscal da sua sala de aplicação. O candidato deverá, impreterivelmente, marcar a cor da capa do caderno de questões no seu cartão-resposta para proceder a correção das provas. Caso contrário sua prova será anulada, não será corrigida e não haverá atribuição de nota.
Durante a realização das provas, é de responsabilidade única do candidato a leitura e conferência de todos os dados registrados no caderno de questões, no cartão-resposta, na folha de redação, na lista de presença e demais documentos do exame.

Quais as situações que podem excluir o inscrito do exame?

Será excluído do exame, por ato da entidade contratada pelo Inep para a realização do Enem 2010, o inscrito que:
  • prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata, sob as penas da Lei;
  • agir com incorreção ou descortesia para com qualquer participante do processo de aplicação das provas;
  • ausentar-se da sala de prova sem o acompanhamento de um fiscal, ou antes de decorridas duas horas do início da prova;
  • for surpreendido, durante as provas, em comunicação com outro participante, verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma, bem como utilizando livros, notas ou impressos, portando ou fazendo uso de qualquer tipo de equipamento eletrônico de comunicação ou, ainda, for responsável por falsa identificação pessoal;
  • utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento para obter aprovação própria ou de terceiros, em qualquer etapa do exame;
  • não devolver o Cartão-Resposta e o Caderno de Questões.
  • não atender às orientações regulamentares da entidade contratada para aplicação do Enem 2010.

Como é o exame?

O Enem 2010 será estruturado na mesma Matriz de Referência do Enem 2009. O exame será composto por quatro provas objetivas, contendo cada uma 45 (quarenta e cinco) questões de múltipla escolha, e por uma proposta para redação.
As quatro provas objetivas avaliarão as seguintes áreas de conhecimento do ensino médio e respectivos componentes curriculares:
  • Prova I - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação: Língua Portuguesa, Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol), Artes e Educação Física;
  • Prova II - Matemática e suas Tecnologias: Matemática;
  • Prova III - Ciências Humanas e suas Tecnologias: História, Geografia, Filosofia e Sociologia;
  • Prova IV - Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Química, Física e Biologia.

O Enem 2010 terá questões de língua estrangeira?

Sim, inglês ou espanhol, idioma a ser escolhido pelo candidato no momento da inscrição, como já era previsto na matriz de habilidades e conteúdos associados do Enem 2009.

O Enem apresenta questões regionais na prova?

Não. Nenhum exame do Inep/MEC contempla questões regionais. Todas as avaliações têm caráter nacional e devem garantir iguais condições de participação entre estudantes de qualquer região do País.

Como será feita a leitura dos Cartões-Resposta?

A leitura do Cartão-Resposta dos candidatos é realizada por leitura óptica, para identificar a marcação de respostas das questões objetivas de cada uma das quatro provas
É imprescindível a marcação da cor da capa do Caderno de Questões no Cartão-Resposta para que seja realizada a correção das provas objetivas e divulgação de resultados. A não marcação da cor impossibilita a correção e implica na anulação das provas objetivas.
Não serão computadas questões não assinaladas, marcações não preenchidas completamente ou que contenham mais de uma resposta, emenda ou rasura, ainda que legível. Os rascunhos e as marcações assinaladas nos Cadernos de Questões não serão considerados para fins de pontuação.

Como é o cálculo das proficiências nas provas objetivas?

O cálculo das proficiências nas provas objetivas utiliza a metodologia da Teoria de Resposta ao Item (TRI).

Como é a correção da redação?

A redação é corrigida por dois corretores de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A nota final corresponde à média das notas atribuídas pelos dois corretores. Caso haja discrepância de cinco pontos ou mais entre as duas notas, a redação passará por uma terceira correção, realizada por um supervisor, sem que este conheça as notas dos demais. A nota atribuída pelo supervisor substitui a nota dos demais corretores.
A redação que não atender à proposta solicitada, no que diz respeito ao tema e tipologia textual, será desconsiderada. A Folha de Redação sem texto escrito e redação com até sete linhas, qualquer que seja o conteúdo, será considerada em branco. A Folha de Redação com texto fora do espaço delimitado, impropérios, desenhos, outras formas propositais de anulação e/ou rasuras será considerada anulada.

Quando serão publicados os gabaritos?

Os gabaritos das provas objetivas serão divulgados na página do Inep até o segundo dia útil seguinte ao de realização das últimas provas.

Como acessar os resultados de desempenho individuais?

Os candidatos poderão acessar os resultados individuais na página de acompanhamento do Enem 2010. Os resultados individuais não serão divulgados por meio de publicação ou instrumentos similares. O Inep manterá disponíveis os registros de todos os resultados individuais dos participantes do Enem 2010 para consulta por cinco anos.

Cada uma das provas do Enem tem peso diferenciado?

O Enem trará cinco notas diferentes, uma para cada área do conhecimento avaliada e uma para a redação. Não haverá diferenciação dos pesos. O que pode ocorrer é que, nos processos seletivos, as instituições podem utilizar pesos diferenciados entre as áreas para classificar os candidatos, de acordo com os cursos pleiteados.

Haverá divulgação dos resultados do Enem 2010 por escola e na forma de microdados para pesquisa?

Sim. A divulgação dos resultados por escola se fará somente para aquelas que declararam o Censo Escolar e cujos alunos participaram do exame. As escolas de ensino médio que tenham no mínimo dez alunos concluintes e participantes do exame poderão consultar na Internet as médias de desempenho obtidas pelo total de alunos.
Resguardado o sigilo dos resultados individuais e para subsidiar estudos e pesquisas educacionais, o Inep também divulgará os microdados do Enem 2010.

Como os resultados do Enem 2010 poderão ser utilizadas para o mundo do trabalho?

Os resultados individuais poderão ser disponibilizados pelo Inep a organizações interessadas em utilizá-los para recrutamento, seleção ou classificação, desde que haja autorização expressa do candidato que contenha a informação do número de inscrição e do CPF.

Para que servem os resultados do Enem?

Os resultados do Enem possibilitam:
  • a constituição de parâmetros para auto-avaliação do participante, com vistas à continuidade de sua formação e à sua inserção no mercado de trabalho;
  • a sua utilização como mecanismo único, alternativo ou complementar aos exames de acesso à educação superior (via Prouni, Sisu ou em vestibulares que utilizarem a nota do Enem para compor o resultado final) ou em processos de seleção nos diferentes setores do mundo do trabalho;
  • para ingressantes no Fies (Financiamento Estudantil) a partir do primeiro semestre do ano letivo de 2011 será exigido que o candidato tenha prestado Enem;
  • a certificação pelas Secretarias Estaduais de Educação e por Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica no nível de conclusão do ensino médio, de acordo com a legislação vigente;
  • a criação de referência nacional para o aperfeiçoamento dos currículos do ensino médio;
  • o estabelecimento de critérios de participação e acesso do examinando a programas governamentais;
  • o desenvolvimento de estudos e indicadores sobre a educação brasileira.

Como proceder para obter a certificação no ensino médio pelo Enem?

Os resultados do Enem 2010 podem ser utilizados para fins de certificação em nível de conclusão de ensino médio, a critério das Secretarias de Educação e aos Institutos/Centros Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Compete às Secretarias de Educação e aos Institutos/Centros Federais de Educação, Ciência e Tecnologia definir os procedimentos para certificação no nível de conclusão com base nos resultados do Enem 2010.
Para obter essa certificação os candidatos devem:
  • ter 18 (dezoito) anos completos até a data de realização da primeira prova do Enem 2010;
  • ter concluído o ensino fundamental;
  • ter atingido o mínimo de 400 pontos em cada uma das quatro provas áreas do Enem;
  • ter atingido o mínimo de 500 pontos na redação.
O candidato, que pretenda obter a certificação em nível de conclusão do ensino médio deverá, ainda, no ato da inscrição indicar a Secretaria Estadual de Educação ou o Instituto/Centro Federal de Educação, Ciência e Tecnologia em que irá pleitear a certificação.
A escolha da referida Secretaria ou Instituto/Centro não está condicionada ao estado de residência do candidato, podendo esse escolher uma das opções apresentadas no ato da inscrição. A lista de Secretarias Estaduais de Educação ou de Institutos/ Centros Federais de Educação, Ciência e Tecnologia apresentadas no sistema de inscrição é respaldada por Acordo de Cooperação Técnica, firmado junto ao Inep e que estabelece as responsabilidades dos envolvidos no processo de certificação.
A marcação da opção de certificação no formulário de inscrição efetuada pelo candidato implica em concessão de autorização para o Inep enviar os dados e as notas obtidas no Enem 2010 para as Secretarias Estaduais de Educação e Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Para fins de certificação, o Inep fornecerá sistema específico de acesso aos resultados.

Como os resultados do Enem serão usados para seleção de ingresso em instituições de ensino superior?

Os resultados do Enem 2010 podem ser utilizados para seleção total ou parcial de vagas em IES (Instituições de Ensino Superior), públicas, estaduais, federais ou privadas.
O Inep encaminhará os dados e resultados dos candidatos do Enem 2010 à SESu/MEC (Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação) para utilização pelo Sisu de acordo com os critérios, diretrizes e procedimentos definidos em edital próprio da SESu/MEC e das instituições que aderirem ao Sisu.
As instituições que não aderirem ao Sisu e pretenderem utilizar os resultados individuais dos candidatos inscritos em seus respectivos processos seletivos deverão oferecer vagas de acordo com os critérios, diretrizes e procedimentos definidos em edital próprio e encaminhar ao Inep, formalmente, a sua solicitação para uso das notas do Enem 2010 até o dia 15 de dezembro de 2010. O Inep fornecerá às instituições demandantes sistema específico de acesso aos resultados individuais do Enem 2010.
A inscrição do candidato no Sisu ou em processo seletivo de Instituição de Ensino Superior pública ou privada que tenha solicitado ao Inep, formalmente, os resultados do Enem, caracterizará o formal consentimento do candidato para a utilização das informações e notas do Enem 2010.

O Enem continua sendo utilizado para a seleção no Prouni?

Sim, a nota obtida no exame continua sendo utilizada para fornecer bolsas de estudos parciais ou integrais, em instituições privadas de ensino, a candidatos que atendam as exigências socioeconômicas.