terça-feira, 30 de novembro de 2010

Não haverá vencedores

Não haverá vencedores
MARCELO FREIXO

Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública do Rio terá de passar pela garantia dos direitos dos cidadãos da favela


Dezenas de jovens pobres, negros, armados de fuzis, marcham em fuga, pelo meio do mato. Não se trata de uma marcha revolucionária, como a cena poderia sugerir em outro tempo e lugar. 
Eles estão com armas nas mãos e as cabeças vazias. Não defendem ideologia. Não disputam o Estado. Não há sequer expectativa de vida. 
Só conhecem a barbárie. A maioria não concluiu o ensino fundamental e sabe que vai morrer ou ser presa. 
As imagens aéreas na TV, em tempo real, são terríveis: exibem pessoas que tanto podem matar como se tornar cadáveres a qualquer hora. A cena ocorre após a chegada das forças policiais do Estado à Vila Cruzeiro e ao Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro. 
O ideal seria uma rendição, mas isso é difícil de acontecer. O risco de um banho de sangue, sim, é real, porque prevalece na segurança pública a lógica da guerra. O Estado cumpre, assim, o seu papel tradicional. Mas, ao final, não costuma haver vencedores. 
Esse modelo de enfrentamento não parece eficaz. Prova disso é que, não faz tanto tempo assim, nesta mesma gestão do governo estadual, em 2007, no próprio Complexo do Alemão, a polícia entrou e matou 19. E eis que, agora, a polícia vê a necessidade de entrar na mesma favela de novo. 
Tem sido assim no Brasil há tempos. Essa lógica da guerra prevalece no Brasil desde Canudos. E nunca proporcionou segurança de fato. Novas crises virão. E novas mortes. Até quando? Não vai ser um Dia D como esse agora anunciado que vai garantir a paz. Essa analogia à data histórica da 2ª Guerra Mundial não passa de fraude midiática. 
Essa crise se explica, em parte, por uma concepção do papel da polícia que envolve o confronto armado com os bandos do varejo das drogas. Isso nunca vai acabar com o tráfico. Este existe em todo lugar, no mundo inteiro. E quem leva drogas e armas às favelas? 
É preciso patrulhar a baía de Guanabara, portos, fronteiras, aeroportos clandestinos. O lucrativo negócio das armas e drogas é máfia internacional. Ingenuidade acreditar que confrontos armados nas favelas podem acabar com o crime organizado. Ter a polícia que mais mata e que mais morre no mundo não resolve. 
Falta vontade política para valorizar e preparar os policiais para enfrentar o crime onde o crime se organiza -onde há poder e dinheiro. E, na origem da crise, há ainda a desigualdade. É a miséria que se apresenta como pano de fundo no zoom das câmeras de TV. Mas são os homens armados em fuga e o aparato bélico do Estado os protagonistas do impressionante espetáculo, em narrativa estruturada pelo viés maniqueísta da eterna "guerra" entre o bem e o mal. 
Como o "inimigo" mora na favela, são seus moradores que sofrem os efeitos colaterais da "guerra", enquanto a crise parece não afetar tanto assim a vida na zona sul, onde a ação da polícia se traduziu no aumento do policiamento preventivo. A violência é desigual. 
É preciso construir mais do que só a solução tópica de uma crise episódica. Nem nas UPPs se providenciou ainda algo além da ação policial. Falta saúde, creche, escola, assistência social, lazer. 
O poder público não recolhe o lixo nas áreas em que a polícia é instrumento de apartheid. Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública terá de passar pela garantia dos direitos básicos dos cidadãos da favela. 
Da população das favelas, 99% são pessoas honestas que saem todo dia para trabalhar na fábrica, na rua, na nossa casa, para produzir trabalho, arte e vida. E essa gente -com as suas comunidades tornadas em praças de "guerra"- não consegue exercer sequer o direito de dormir em paz. 
Quem dera houvesse, como nas favelas, só 1% de criminosos nos parlamentos e no Judiciário...
MARCELO FREIXO, professor de história, deputado estadual (PSOL-RJ), é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. 

domingo, 28 de novembro de 2010

Eu tenho vergonha!

Caro Professor Pletsch

Caro Professor Pletsch É momento de analisarmos com seriedade o que é o Grande Negócio do Tráfico de Drogas no mundo cristão civilizado.Um negócio que, dizem economistas renomados, movimenta tanta grana quanto o petróleo, financia guerras, golpes suaves, corrompe poderes executivo, judiciário e legislativo em todos os países do mundo capitalista. Já na China e em Cuba os traficante têm penas máximas, depois de devidamente processados e julgados. É pena de morte para os considerados culpados. E nesses países o tráfico é quase nulo. Assim que foi extinta a União Soviética,os países que a compunham caíram de boca no tráfico. Também é momento de entendermos que no Brasil há mais de 500 anos vigoram os valores do sistema capitalista: deu lucro, vamos s'imbora! E partirmos para um sério e profundo trabalho de educação para a saúde física, mental , emocional de toda a população brasileira, esclarecendo as consciências sobre o fato de que,se continuarmos macaqueando os costumes decadentes e loucos dos estadunidenses ( o maior país consumidor de drogas pesadas do mundo), vamos acabar no ralo do esgoto como eles estão. Que todo o povo brasileiro acorde para essas verdades e pare de procurar culpas e culpados falsos. O culpado é o brutal sistema econômico capitalista que mói os povos e as gentes , sem dó nem piedade , buscando sempre o santo e sacrossanto lucro. Maria Lucia de Andrade Pinto,assistente social.

Êeeeeeeeeeeeeeeeee

O Brasil esta vendo a maior caça aos pobres e negros da História depois da escravidão. Lula agora pode dizer: NUNCA NA HISTÓRIA DESSE PAÍS POBRE FOI TÃO PERSEGUIDO!


Alguém já viu a PM educada desse jeito? Se não fosse a TV os moradores estavam fú



Os fanfarrões Lula e Sérgio Cabral devem estar em segurança numa sala com ar condicionado só vendo o show.

Bandidos agora saem do ponto B para o ponto C...

Segundo o comando da PM todo o complexo do alemão está ocupado... Não acredito!

BELA ESTRATÉGIA MILITAR.

Vale-tudo: o Estado pode usar métodos de criminosos?

Vale-tudo: o Estado pode usar métodos de criminosos?

Um colega de um grande veículo de comunicação me perguntou, na manhã de hoje, qual minha posição sobre uma discussão que ganhou algumas redações: por que a polícia não metralhou os 200 traficantes da Vila Cruzeiro quando estes corriam em fuga após a entrada dos blindados da Marinha na comunidade. Segundo ele, parte das opiniões culpou a “turma dos direitos humanos”, que iria chiar internacionalmente quando a contagem de corpos terminasse, manchando a imagem do Rio de Janeiro (como se o Estado precisasse de ajuda para isso). Outra acredita que as câmeras presentes nos helicópteros da Globo e da Record que sobrevoavam a área – e foram alvo de reclamações do Bope pelo twitter (ah, esse admirável mundo novo…) – impediram um massacre. Uma terceira falou das duas ao mesmo tempo.
De qualquer maneira, o problema em questão não é de que o “Estado não pode usar método de bandido sob o risco de se tornar aquilo que combate”, mas sim de que “droga, tem alguém olhando”. Muita gente torceu para que os criminosos em fuga fossem executados sumariamente. Ao mesmo tempo, parte da imprensa (e não estou falando dos programas sensacionalistas espreme-que-sai-sangue) parece vibrar a cada pessoa abatida na periferia, independentemente quem quer que seja. Jornalistas, cuja opinião respeito, optaram pela saída fácil do “isso é guerra e, na guerra, abre-se exceções aos direitos civis”, tudo em defesa de uma breve e discutível sensação de segurança. Afe.
Relembrar é viver: as batalhas do tráfico sempre aconteceram longe dos olhos da classe média e da mídia, uma vez que a imensa maioria dos corpos contabilizados sempre é de jovens, pardos, negros, pobres, que se matam na conquista de territórios para venda de drogas ou pelas leis do tráfico. Os mais ricos sentem a violência, mas o que chega neles não é nem de perto o que os mais pobres são obrigados a viver no dia-a-dia. Mesmo no pau que está comendo hoje no Rio, sabemos que a maioria dos mortos não é de rico da orla, da Lagoa, da Barra ou do Cosme Velho. Considerando que policiais, comunidade e traficantes são de uma mesma origem social, é uma batalha interna. Então, que morram, como disseram alguns leitores esquisitos que, de vez em quando, surgem neste blog feito encosto.
De tempos em tempos, essa violência causada pelo tráfico retorna com força ao noticiário, normalmente no momento em que ela desce o morro ou foge da periferia e no, decorrente, contra-ataque. Neste momento, alguns aproveitam a deixa para pedir a implantação de processos de “limpeza social”. Já bloqueei comentários que, praticamente, pediam que os moradores de favelas fossem retirados do Rio.
Quando a atual onda de violência acabar, gostaria que fossem tornados públicos os exames dos legistas. Afinal de contas, acertar um tiro na nuca de um suspeito no meio de um confronto armado demanda muita precisão do policial – e depois registrar o ocorrido como auto de resistência demanda criatividade. Em 2007, a polícia chegou chegando nos morros, cometendo barbaridades, sem diferenciar moradores e traficantes, sem perguntar quem era quem. Duas dezenas de pessoas morreram. Naquele momento, o Rio optou pelo caminho mais fácil do terrorismo de Estado ao invés de buscar mudanças estruturais (como garantir qualidade de vida à população para além de força policial dia e noite) para viabilizar os Jogos Panamericanos. Imagina agora com a Copa e as Olimpíadas então. Dose dupla.
Ninguém está defendendo o tráfico, muito menos traficantes (defendo a descriminalização das drogas como parte do processo de enfraquecimento dos traficantes, mas isso é história para outro post). O que está em jogo aqui é que tipo de Estado queremos e o tipo de sociedade que estamos nos tornando. Muitas das ações que estão ocorrendo vão criar uma sensação de segurança na população passageira e irreal, que vai durar até a próxima crise.

sábado, 27 de novembro de 2010

Babaquice com o dinheiro público


Absurdo o Bope fazer um panfleto pra comunidade do complexo do alemão. Quem deveria entrar era o Estado. Esse Cabral e esse Lula são dois fanfarrões mesmo.

A farsa da pacificação do Estado do Rio de Janeiro


A farsa da pacificação do Estado do Rio de Janeiro 




 


• O Estado do Rio de Janeiro vive uma verdadeira guerra civil, um estado de sítio, que desmascara a demagogia e a incompetência do governador reeleito Sergio Cabral (PMDB) e seus subordinados. Para ganhar a eleição divulgaram amplamente que a cidade e o estado estavam pacificados, que tinham através das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) acabado com o tráfico e, consequentemente, com a violência.

Neste exato momento helicópteros da Polícia Civil e da Polícia Militar sobrevoam a cidade e as comunidades do Complexo do Alemão e a de Manguinhos, tentando encontrar os culpados por esta situação. As escolas estão suspendendo as aulas e os trabalhadores estão voltando mais cedo para as suas casas. No centro da cidade as pessoas interrompem mais cedo as suas atividades. Neste momento, ônibus estão sendo incendiados, e rodovias bloqueadas por traficantes, que saqueiam os veículos e logo em seguida ateiam fogo. Nos últimos dias. mais de 40 veículos, entre ônibus e carros de passeio, foram incendiados, dezenas de bloqueios de estrada, para em seguida ser praticado o saque aos motoristas.

Em vários pontos do estado, o governador aliado de Lula, tenta através de blitz inibir a ação dos traficantes, todos os policiais que exerciam funções internas, médicos, mecânicos, funcionários burocráticos, todos foram convocados para atuarem nas ruas das cidades como se o problema da violência fosse resolvido numa ação de guerra. Todas as medidas até agora adotadas pelo setor de segurança do estado falharam, e o que predomina é o pânico, a insegurança e a falta de uma política que de fato enfrente a violência e a insegurança.

Neste momento a imprensa, em particular a Rede Globo, aproveita a situação para aumentar sua audiência, alardeando o caos que se encontra a cidade e o estado, mas não fala que tudo isso se explica, por um lado, em função da miséria que vive uma parte da população, que é condenada a viver nos morros da cidade em barracos, sem empregos e com salários insignificantes, reprimida pela polícia fascista e corrupta de Sergio Cabral, pelo tráfico ou pela milícia. Por outro lado, a conivência do Estado com os grandes empresários, que tem ligação com o tráfico internacional de drogas e de armas. Estes senhores quando são pegos alegam que são colecionadores de armas.

Neste momento o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que quem passar na frente do Estado vai ser atropelado. Os policiais traduzem as ordens do Estado e dizem que vai morrer muita gente. Treze pessoas já morreram, demonstrando qual é a política destes senhores fascistas. Vão exterminar os pobres e negros e jovens e vão dizer que são traficantes. Um bom exemplo que não devemos confiar nestes governantes foi a instalação das UPPs na área da Tijuca, o morro do Borel, Formiga, Casa Branca, Macacos, Morro da Liberdade, Turano, Salgueiro, todos com grande presença do tráfico, com centenas de traficantes fortemente armados, foram ocupados após acordo do governo com os traficantes, que garantiu a saída de todos , com seu armamento de guerra, antes da ocupação.

Uma vergonha. Esta manobra do governador e de todos os seus aliados foi comemorada por Sérgio Cabral, Lula e Dilma, e seu secretário de segurança, que divulgaram amplamente que tinham acabado com o tráfico e pacificado a cidade e o estado sem dar um tiro. Disseram que os traficantes fugiram assustado. Com este discurso ganharam as eleições de outubro. Quem não lembra da candidata Dilma dizendo na televisão que iria exportar estes exemplos do Rio para o resto do país? Na verdade o que ocorreu foi um grande acordo do Estado com os traficantes, que se deslocaram para outras regiões da cidade e do estado, preparando a região da Tijuca e da Zona Sul para receber os turistas e os investimentos da Copa do Mundo e para as Olimpíadas.

O governador e seus aliados andam de carro blindado, com escolta de seguranças, de helicóptero, enquanto nós trabalhadores ficamos vulneráveis nos ônibus, que estão frequentemente sendo incendiados. O governo aproveita esta situação para criminalizar a pobreza, estão preparando um verdadeiro extermínio nas regiões mais pobres. Está sendo preparada a invasão do Complexo do Alemão e de Manguinhos. Sabemos que quem vai pagar são os trabalhadores e a juventude, com o pretexto de atacar os traficantes, sabemos onde vai dar essa política. Se for negro e pobre, atira e depois verifica quem é.

Um programa socialista para enfrentar a violência
Não achamos que as UPPs sejam a solução. Não é possível viver sob uma ocupação. Todas as medidas de maquiagem do Estado, os cursos com os caminhões do SENAC nas comunidades (para pouquíssimas pessoas) para ensinar corte e costura e formar cabeleireiro e noções de informática, não garante o que é o fundamental. As pessoas precisam na comunidade e no país de um bom emprego, com um salário decente. Por isso propomos que o salário mínimo dobre imediatamente. Propomos a construção de boas escolas com muitas vagas e com profissionais da educação tendo um salário decente, e não o vergonhoso salário de 700 reais que paga o estado ao professor. Defendemos a construção de bons hospitais para que os trabalhadores não morram por falta de leito nas emergências. Exigimos que o governador pare imediatamente com a demolição do IASERJ, com o fechamento do Pedro II, hospitais que são fundamentais. Queremos lazer decente, acesso a cultura e não maquiagem para turista ver. Queremos moradias decentes e com infra-estrutura. Existe um responsável pelas ações que estão ocorrendo no estado e na cidade: é o governador, os prefeitos e o governo federal que fizeram muito estardalhaço nas eleições e que agora nos deixam nesta situação.

Não acabaremos com a violência e com o tráfico sem descriminalização das drogas, sem colocar na cadeia os grandes empresários que traficam as armas e as drogas, sem o confisco de seus bens. Não acabaremos com violência se não tivermos empregos decentes para as nossas famílias. Precisamos dissolver essa polícia e construir uma polícia ligada à população e, principalmente, controlada por ela, com eleições para o comando e para os delegados e com mandato revogável. Exigimos o fim do extermínio dos pobres e negros. Não a invasão e ao extermínio dos moradores das comunidades.

Cyro Garcia, Presidente do PSTU - Rio de Janeiro

Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

Rio esta se preparando para alguns eventos q interessam ao sistema capitalista. Estamos falando de bilhões...Pobre atrapalha nessas horas.


Os bandidos saíram do ponto A e foram para o ponto B. Tudo do mesmo? Não...Agora o bondinho vai funcionar como planejado na área...


Olimpíada de atenas aconteceu algo parecido...Só q lá para esconder a pobreza pintaram as favelas de verde para confundir com a vegetação.


Bope pendura bandeira na vila cruzeiro....A bandeira é preta e tem uma caveira...Isso deve simbolizar a paz????????


Achar q traficante mora na vila cruzeiro é achar q não tenho cérebro. Os ricos são os traficantes.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Guerra

Guerra no RJ. Os pais dos mais de 40 mil faltosos no vestibular da UFRJ para os filhos: Tá vendo como papai tinha razão?


Guerra no Rio...Meu Deus! Claro que o maior problema é a polícia corrupta.

sábado, 20 de novembro de 2010

A MULHER E O IRÃ

Lamentei muito a posição brasileira na ONU sobre a questão da iraniana que está prestes a ser apedrejada e ou mutilada pelo governo religioso do IRÃ. O Brasil lavou suas mãos ao se abster na votação. Talvez seja uma homenagem do governo brasileiro ao fato de elegermos uma mulher para a presidente.

Não preciso dizer nada.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Dia em que Dorival Encarou a Guarda (Parte 1)

A nova crise do ENEM: precisamos competir?


Só com o livre acesso às universidades públicas poderemos falar em um verdadeiro “fim do vestibular”



JORGE BADAUÍ, DA SECRETARIA NACIONAL DE JUVENTUDE DO PSTU
 


 
 
  ENEM se desmoraliza cada vez mais

• “O sucesso do ENEM foi total e absoluto.”
Presidente Lula


A imprensa noticia mais um episódio tragicômico relacionado ao novo ENEM. A Justiça determina o cancelamento da prova. Milhares de estudantes se sentem prejudicados e organizam manifestações pela internet. Enquanto, uma vez mais, um dos carros-chefe da política educacional do governo Lula é coberto de descrédito, o MEC , o governo Federal e seus Reitores aliados defendem o indefensável: “o ENEM é uma proposta vitoriosa, um caminho sem retorno”, como disse Edward Madureira Brasil, o presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) `a Folha de S. Paulo.

O cinismo do governo só serve para encobrir qual a sua verdadeira crise, quando o assunto em pauta é o novo ENEM. Está em debate, neste momento, não apenas a capacidade logística do governo garantir a prova, senão o conteúdo do modelo proposto. O ufanismo artificial do MEC, traduzido nos gritos de “viva” ao projeto, aparecem precisamente para suprir a falta de argumentos frente a uma realidade em que o desprestígio da prova vai abrindo espaço para um crescente questionamento do que o governo oferece em termos de acesso ao ensino superior público.

Um concurso desmoralizado
Qualquer que seja a saída adotada pelo MEC em face aos erros na aplicação da prova, é incapaz de salvar a credibilidade do concurso de 2010. Sequer a perversa lógica meritocrática contida em qualquer exame de seleção foi atendida pelo ENEM. Em menos de uma semana, a Defensoria Pública da União recebeu mais de 3.400 queixas de estudantes que se sentiram prejudicados. Alegando que a realização de uma nova prova aos alunos descontentes feriria o princípio da isonomia, a Justiça Federal do Ceará determinou o cancelamento do concurso.

Este ano o ENEM teve ao todo 4,6 milhões de inscritos. Desses, 3,3 milhões fizeram a prova - cujo índice de abstenção ficou em torno de 27% - em 1698 cidades do Brasil. Todo esse universo de estudantes não tem qualquer clareza de como ficará o preenchimento das vagas. E a próxima confusão já está anunciada: das 83 instituições participantes no ENEM, 36 dependem exclusivamente do exame para fazer suas seleções. Ao todo elas concentram 53% das vagas em disputa. Por não haver tempo hábil para um novo vestibular, não há garantia de que essas vagas serão ocupadas antes do início das aulas – caso prevaleça a anulação do concurso.

Quando o governo não consegue fazer transparecer a todos que a competição por vagas foi “justa e legítima”, abre-se uma interrogação indesejável ao MEC em torno a seu projeto. O pretenso caráter democratizante do novo ENEM fica em xeque, enquanto as escassas vagas das universidades públicas viram objeto de uma disputa judicial de grande porte. É nesse cenário que a Juventude do PSTU, uma vez mais, questiona o novo ENEM e próprio sentido de ser do vestibular.

Por que a juventude precisa competir por vagas? 
Na ocasião do lançamento do “novo ENEM” o governo Lula não usava meias palavras. O projeto era anunciado como o “fim do vestibular”. Além disso, o exame estaria conectado com “grandes conquistas” do governo no terreno da educação, como o ProUni e o REUNI. Dessa forma, o ENEM seria mais um passo rumo à total democratização da educação no país.

Passados 8 anos de governo Lula, a análise da evolução do acesso a esse direito fundamental demonstra que o Brasil segue reproduzindo seu atraso histórico em matéria de índices de escolaridade. Os investimentos públicos no orçamento da educação brasileira continuam em patamares abaixo de 5% do PIB e em nada registram incrementos significativos em relação ao famigerado governo FHC.

Mantendo a educação à míngua, o analfabetismo não pode retroceder. A vergonhosa proporção de 10 analfabetos para cada 100 habitantes coloca o país abaixo de outros mais pobres, como Uruguai, Chile e Argentina. A evasão escolar também se manteve, sob o governo Lula, em patamares semelhantes ao período anterior.

A recente publicação do Relatório do Desenvolvimento Humano, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), confirma que, aos olhos da própria ONU, a educação do Brasil é comparável apenas a países ditos subdesenvolvidos. Nesse quesito, o país está abaixo até mesmo de Quirguistão e Botswana. Nem mesmo em dinâmica, o relatório considera que o Brasil está avançando: o país foi rebaixado de 73º para 93º no ranking do IDH-Educação. Um dos dez países mais ricos do mundo continua oferecendo uma educação miserável.

É assim que, apesar de todo o alarde “democratizante” do ProUni e do REUNI, mantemos a exclusão como a marca fundamental do ensino superior público brasileiro. Menos de 14% dos jovens freqüentam cursos superiores. Nas instituições públicas são menos de 4%. Sob toda essa base, não há modelo de seleção algum para o ingresso nas universidades que seja “justo” ou “democrático”. O novo ENEM é a cara (desprestigiada) que Lula deu ao mesmo mecanismo perverso que há anos aparta a maioria da juventude brasileira do acesso à formação de qualidade.

O livre acesso é um direito
Só com o livre acesso às universidades públicas poderemos falar em um verdadeiro “fim do vestibular”. Da mesma forma que os estudantes ao concluírem o ensino fundamental têm o direito imediato a cursar o ensino médio, os que concluem o ensino médio deveriam ter de se matricular em um curso de graduação. É a escassez de verbas e vagas que nos condena a brutal competição que quer nos crivar pelo “mérito”, ao mesmo tempo em que o governo nos oferece condições tão desiguais de ensino.

Um país rico como o Brasil pode, sim, oferecer ensino público básico e superior de qualidade para todos os seus jovens. Não há porque esperar menos. É apenas a política de fazer do trato com a educação mera demagogia que nos afasta desse direito mínimo. Na luta pela educação que merecemos, a Juventude do PSTU levanta as bandeiras dos 10% do PIB para a educação, para que não nos falte verbas; da estatização do ensino pago, para que nosso direito não seja um negócio e do fim do vestibular, para que a universidade deixe de ser apenas um sonho para todos os jovens brasileiros.

Se hoje, 8 anos após a posse de Lula, ainda precisamos lutar por um direito tão mínimo, é apenas porque o governo está comprometido não com nossos interesses, mas com o dos grandes empresários – inclusive os que lucram com a educação “de terceiro mundo” que temos. Enquanto os técnicos do MEC perdem o sono com a crise de sua prova, a luta pelo fim do ENEM pode acordar a juventude brasileira para que se mobilize por um autêntico fim do vestibular. Esperamos que Dilma não subestime a força dos jovens. Ano que vem é a sua vez de “aplicar” o ENEM. 

Fazendeiros-ocupam-90-da-reserva-xavante-no-mato-grosso-com-criacao-de-gado-e-plantacao-de-soja/

Carne ilegal em terra de índio – Fazendas de gado e de soja ocupam ilegalmente a reserva indígena dos xavantes no Norte de Mato Grosso, levando um clima de guerra à região. Isolados numa área correspondente a cerca de 10% da reserva delimitada pelo governo, os índios sofrem com o desmatamento da mata nativa e doenças, mostra reportagem de LIANA MELO. Até o prefeito da cidade mais próxima, São Félix do Araguaia, é acusado de ocupação irregular.


SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA (MT). A cena se repete duas vezes ao dia. A primeira antes do pôr do sol; a segunda, ao entardecer.
Os anciões da terra indígena Marãiwatsede chegam devagar, agrupam-se em forma de arco, acendem seus cachimbos. Eles são a autoridade máxima entre os xavantes. A reunião ocorre sempre no centro da aldeia, que fica a 150km de São Félix do Araguaia, no Norte do Mato Grosso. O assunto nestes encontros varia conforme a ocasião, mas o idioma é sempre o mesmo: o xavante. Em Marãiwatsede, a tentativa de preservar as tradições esbarra numa lógica econômica perversa: a relação intrínseca entre a pecuária, a soja e a destruição da floresta. Essa combinação transformou a terra dos xavantes no exemplo mais emblemático da contaminação da cadeia produtiva da pecuária e da soja, ambas expoentes do agronegócio no mundo. Reportagem de Liana Melo, em O Globo.
A luta dos xavantes contra os fazendeiros se arrasta desde 1998, quando a terra indígena foi homologada. É uma extensão de 165 mil hectares de terra (ou 1.650 quilômetros quadrados), o que representa uma área superior a do município de São Paulo (1.523 quilômetros quadrados). Só que 90% dela estão ocupados ilegalmente. O Ministério da Justiça e a Fundação Nacional do Índio (Funai) identificaram 68 fazendas em Marãiwatsede.
Apenas 11,56% são cadastradas e têm CNPJ acessível. Praticadas ilegalmente dentro da terra dos índios, a pecuária e a soja já desmataram 45% da mata nativa, segundo levantamento do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).
Frigoríficos continuam comprando ‘carne suja’ O Grupo JBS-Friboi, maior empresa na área de alimentos do mundo, já teve “carne suja” na sua cadeia produtiva. Só em outubro de 2009 é que as empresas líderes, incluindo Marfrig e Minerva, passaram a rastrear a carne. Em julho deste ano, ficou pronto o primeiro relatório de monitoramento, quando os três grandes do setor excluíram 221 fazendas. Só no Mato Grosso, o JBS tirou da lista de fornecedores 17 propriedades, das quais cinco em terras indígenas, entre elas Marãiwatsede.
- O volume de gado adquirido de fazendas suspensas representa 2,8% de sua capacidade mensal de abate na região – calcula Angela Garcia, da área de Meio Ambiente e Sustentabilidade do JBS.
Como JBS, Marfrig e Minerva são, segundo o Greenpeace, responsáveis por 36% do abate feito na Amazônia Legal, isto significa que ainda resta enquadrar 64% dos frigoríficos do país.
- Os frigoríficos continuam se alimentando de carne suja.
São empresas que vendem seus produtos para os consumidores, por meio de supermercados que ainda não limparam suas prateleiras de passivos ambientais e sociais – denuncia Márcio Artrine, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.
Soja também pressiona terra indígena no Mato Grosso Depois de apontar no relatório “A Farra do Boi na Amazônia”, em julho de 2009, a indústria da pecuária na Amazônia como o maior vetor de desmatamento do mundo, o Greenpeace continua pressionando, só que agora para enquadrar o varejo. Por enquanto, apenas o Walmart tirou do papel o compromisso assumido de não comprar mais carne ilegal, mas o percentual de vendas é irrisório.
- Por conta de todo o desafio da pecuária em relação ao desmatamento da Amazônia, a carne é o primeiro item do programa “Qualidade Selecionada, Origem Garantida” – diz Christianne Urioste, diretora de Sustentabilidade do WalMart, explicando que o grupo fez uma parceria com o Marfrig para lançar a marca Campeiro, a primeira com rastreabilidade.
Segundo o cacique da aldeia Marãiwatsede, Damião Paradzané, a fazenda Rio Preto seria uma das principais incentivadoras da criação de gado dentro da área indígena.
A propriedade está localizada no limite da terra dos xavantes, escoa 120 mil cabeças de gado por ano e aparece na lista do Ministério da Justiça e da Funai. O GLOBO tentou contato com o dono da fazenda, sem sucesso.
Um dos maiores infratores ambientais já identificado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) mora no Mato Grosso e tem fazenda na terra indígena Marãiwatsede.
Os Penasso, da fazenda Colombo, constam da lista de punições com autos de infração por desmatamento ilegal.
Recentemente eles foram alvo da Operação Soja Pirata.
Numa área contínua de 3,6 mil hectares de terra foram apreendidas 14 mil toneladas de soja. A apreensão seria um caso isolado, não fosse o fato de 30 das 78 terras indígenas do Mato Grosso estarem localizadas em municípios com mais de dez mil hectares de soja.
- A lógica da apreensão é o carro-chefe das nossas operações, não mais as multas – explica Bruno Barbosa, coordenador de Fiscalização do IBAMA, comentando que as multas isoladamente não vinham mais surtindo efeito – Os Penasso foram multados em R$ 100 milhões, mas o efeito mais devastador é o confisco do produto, porque inibe outros infratores.
Diagnóstico do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis da ONG Repórter Brasil constatou que a soja é a “principal causa do desmatamento no cerrado e da degradação ambiental nas cabeceiras do rios que drenam as terras indígenas, colocando em risco à segurança alimentar dos índios”.
- Degradação, erosão, empobrecimento e desertificação do solo, contaminação de cursos d’água e disseminação das queimadas são alguns dos efeitos colaterais da sojicultura na terra indígena – avalia Verena Glass, autora do estudo “Impactos da soja sobre Terras Indígenas no estado do Mato Grosso”, da Repórter Brasil.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Zumbi e João Cândido: lições de raça e classe




WILSON H. SILVA da redação do Opinião Socialista e membro da Secretaria Nacional de Negros e Negras dos PSTU
 



 
 
  Zumbi dos Palmares

• Desde o fim dos anos 70, novembro transformou-se em “Mês da Consciência Negra”, em homenagem a Zumbi dos Palmares, assassinado em 20 de novembro de 1695, e João Cândido, dirigente da Revolta da Chibata, iniciada em 22 de novembro de 1910.
Tomados como contraponto ao discurso que impunha o “13 de Maio” como dia para a celebração da liberdade “bondosamente” concedida pela princesa Isabel, ambos são muito mais do que “heróis”: são protagonistas de histórias que nos ensinam que o único caminho para a verdadeira liberdade é a luta.

Duas épocas, um mesmo inimigo
Zumbi tornou-se dirigente de Palmares ao questionar, em 1678, a liderança de Ganga Zumba, que, seduzido por um “acordo de paz”, aceitou transferir os quilombolas para uma espécie de “reserva”, onde eles teriam que viver sob vigilância.

A resistência de Zumbi a esse engodo é exemplar. Desde muito cedo, negros e negras perceberam que, para se livrar da escravidão, não seria preciso apenas se libertar das correntes; era necessário, também, construir um novo tipo de sociedade.

Palmares significava esse desafio não só por organizar-se como uma República dentro de uma sociedade colonial, mas também por questionar as próprias bases do sistema.

É isso que fica evidente no relato do português Manuel Inojosa, em 1677: “Entre eles tudo é de todos e nada é de ninguém, pois os frutos do que plantam e colhem ou fabricam nas suas tendas são obrigados a depositar às mãos de um conselho, que reparte a cada um quando requer seu sustento”.

Foi isso que motivou as dezenas de investidas militares contra o quilombo – que também abrigava judeus, índios, brancos pobres e gente perseguida pelos colonizadores – até sua completa destruição, pelo sanguinário bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694.

Palmares, contudo, em vez de representar a história de uma derrota, é, até hoje, um exemplo da importância da luta. Uma lembrança que alimentou os sonhos de João Cândido, o “Almirante Negro”, e o cerca de dois mil marinheiros (negros, na maioria) em 1910, na Revolta da Chibata.

Há 95 anos, dispostos a pôr um fim aos maltratos e castigos, os marinheiros tomaram dois navios de guerra, eliminaram seus oficiais e voltaram seus canhões contra a sede do governo federal, então o Rio de Janeiro.

Vitoriosos contra a chibata, os marinheiros, infelizmente, também foram vítimas de “acordos” fraudulentos. Depois de “anistiados”, dezenas foram presos e centenas foram deportados e mortos na Selva Amazônica.

Essas são duas histórias que servem como exemplos de que o combate ao racismo, para ser vitorioso, tem que se dar contra o sistema que dele se beneficia. Uma luta que, também, só pode ser travada em unidade com os demais oprimidos e explorados pela sociedade.

São lições que hoje continuam válidas, quando as amarras que nos prendem são as do capital e o que nos vitima é a exploração.

Lições que, lamentavelmente, têm sido abandonadas pela maioria do movimento negro, mas que, para nós, Negros e Negras do PSTU, têm que ser resgatadas diariamente e são a única forma de prestar a devida homenagem a Zumbi e a João Cândido.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Táxi para o Aeroporto? Nunca mais!


Chega a época de férias e todo mundo vai viajar. Um jeito certo de ter que gastar uma grana é querer pegar um táxi nos aeroportos e rodoviárias. Isso vale não só no Brasil, mas no resto do mundo. Em vários locais, a exploração é legalizada e o taxista pode cobrar bandeira 2, a qualquer dia e horário, só porque você tem como origem ou destino o aeroporto. Brasília é assim. Em outros lugares, como Guarulhos ou Salvador, a simples distância do aeroporto ao centro da cidade já se encarrega de deixar a conta super-salgada.

Solução? Transporte público, nem que seja para sair de lá e pegar um táxi depois. Ah, sim... leve malas pequenas!

Aí vão algumas dicas, testadas e aprovadas por mim:
  • Brasília
    • Aeroporto
      • A parada de ônibus fica no setor Desembarque, em frente aos portões 1 a 4.
      • De 2ª a 6ª, de 07 às 20h, passa o micro-ônibus laranja e branco apelidado de "zebrinha". Duas linhas fazem ponto no Aeroporto. Para os Setores Hoteleiros Sul ou Norte, pegar o nº 30, que segue direto para as Asas Sul e Norte pela via W3. Descendo no Setor Comercial Sul ou Norte são 5 minutos de caminhada até os hotéis em média. Quem vai para o Setor Hoteleiro de Taguatinga deve tomar o nº 11, descer no metrô, Estação 114 Sul, e seguir até a Praça do Relógio pela linha Verde (sentido Ceilândia). O mesmo ônibus passa também na Asa Sul (eixo), Rodoviária do Plano Piloto, Conjunto Nacional, Esplanada dos Ministérios e Asa Norte (via L2). O preço do ônibus é R$ 2,00 e do metrô R$ 3,00.
      • Fora desses horários, pode-se contar com as linhas 102 e 102.1 (R$ 2,00) para a Rodoviária do Plano Piloto, todos os dias até a meia-noite. É necessário paciência pois os ônibus seguem pelo Lago Sul antes de chegar no Plano.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cantora Manu Santos - Mulher Jangadeira

Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

Quer descobrir quem vai governar o Brasil nos próximos quatro anos? Veja os doadores de campanha de Dilma e saberá.


Quer descobrir quem vai governar o Brasil nos próximos quatro anos? Veja os doadores de campanha de Dilma e saberá.


Lula fanfarrão agora terá todo tempo do mundo para ser esquerda...Deve tá com uma saudade danada...


Lixo a cobertura da GloboNews nas eleições 2010...Coisa horrorosa aquilo...Só uma era boa...Esqueci o nome dela. Aquela de Brasília.


É delírio achar q Lula governou para os pobres. É só perguntar ao Itaú e ao Bradesco. Q viagem...

Mortes por cólera no Haiti expõem a precariedade do país ocupado pela ONU


Diante da destruição causada pelo terremoto, uma epidemia já era esperada, mas nada foi feito. Prioridade das tropas da ONU é a realização das eleições em novembro



DA REDAÇÃO
 


 
 
  Contaminado por cólera espera tratamento 

• Não bastassem as condições precárias nas quais vivem milhões de haitianos após o terremoto de janeiro passado, agora a população também enfrenta uma epidemia de cólera que já matou 253 pessoas. Além disso, segundo as autoridades médicas, mais de 3.000 estão infectadas.

Inicialmente detectada ao redor do rio Artibonite, no norte do Haiti, a epidemia se espalha rapidamente. Os hospitais da região estão abarrotados de infectados. O temor maior é que a doença chegue à capital Porto Príncipe, onde a precariedade em que vivem 1,3 milhão de desabrigados, pode potencializar a propagação do cólera e causar uma verdadeira tragédia no país.

Cinco casos já foram registrados na capital, mas o governo afirma que se tratam de casos “importados” das regiões afetadas. Médicos informaram ao jornal El Pais, porém, que já foram detectados casos em bairros populares de Porto Príncipe.

Mais um tragédia anunciada
A epidemia de cólera mostra de forma dramática a situação na qual vivem os haitianos após o terremoto. Pouco ou nada foi reconstruído, e grande parte da população ainda vive sobre os escombros e nos acampamentos improvisados. Segundo a OMS, trata-se da primeira vez em um século que o Haiti sofre uma epidemia de cólera. Desde o terremoto havia o temor que uma epidemia atingisse o país, porém, nada foi feito.

O mandato das tropas da Minustah no país foi renovado pela ONU em 14 de outubro e, segundo o texto aprovado pelas Nações Unidas, a prioridade para os soldados seria “garantir a segurança” das eleições no país em novembro. 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

OS DESAFIOS DE DILMA

OS DESAFIOS DE DILMA – O BRASIL E A ORDEM MUNDIAL


Laerte Braga


As perspectivas de derrota eleitoral do Partido Democrata e por extensão do governo do presidente Barack Obama, há dois anos das eleições presidenciais nos EUA, são uma dificuldade de monta para a presidente eleita do Brasil Dilma Roussef. Não que Obama signifique alguma coisa, mas pelo que Republicanos representam numa escala de gradação do terrorismo político, econômico e militar dos EUA.

Se antes dos oito anos de Lula éramos figurantes no contexto da chamada Nova Ordem Mundial, hoje somos protagonistas dessa ordem. E a América Latina é decisiva em todo esse processo.

Mais que nunca vale a frase do ex-presidente Richard Nixon dita em plena ditadura militar, ao buscar encontrar justificativa para as notícias de sistemáticas violações de direitos humanos pelo regime dos generais. “É uma pena, mas o Médice é um bom aliado e para onde inclinar-se o Brasil, inclina-se a América Latina”.

Quer queiramos ou não o atoleiro que George Bush meteu o seu país diz respeito ao Brasil, ao mundo inteiro. A presença de governos independentes de Washington no continente político latino-americanos é um momento histórico de afirmação, mas pode vir a ser de queda.

A economia mundial globalizada faz com que um espirro no pólo norte seja sentido em qualquer canto do mundo, que dirá no Brasil, um país com dimensões continentais e agora, com um caminho aberto para um processo de integração latino-americana numa fase aguda.

Dilma Roussef vai enfrentar de saída duas frentes de combate. Impedir que a crise econômica mundial (ainda forte e viva) afete esses anos Lula de prosperidade e segurança. Os olhos postos do grande irmão do norte sobre o Brasil e a importância, para eles, de domar essa onça que surge com um vigor impressionante.

Uma eventual vitória republicana em 2012 vai significar que à frente de uma situação de declínio a boçalidade suba de tom nos EUA.

Isso sinaliza para mais que a integração latino-americana. Ultrapassa esses limites e se estende a partes outras do mundo numa luta que se ainda não deixou claros esses contornos, é de sobrevivência das nações independentes ou que se pretendem assim.

No aspecto interno Dilma vai sofrer a feroz oposição das forças de extrema-direita (se mostraram com todas as garras nessa campanha eleitoral), aliadas incondicionais desse contexto internacional e subordinadas a interesses de nações que mais e mais vão se tornando grandes conglomerados empresariais. É o caso dos EUA.

É indiscutível que tem estatura para esse desafio, mas não é Lula e vai ter que construir seu próprio caminho, abrir sua picada em mata fechada e afirmar-se como líder desse espaço fundamental para o Brasil e imediatamente a América Latina.

Em todo o processo de destruição levado a cabo pelos EUA nos últimos anos, mesmo no período Clinton, onde a ALCA –ALIANÇA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS – era a palavra de ordem para essa parte do mundo, se olharmos o resto do mundo, são poucos os países que conseguiram preservar-se intactos ou escapar incólumes do desvario neoliberal.

A morte de Néstor Kirchnner é outro complicador.  O futuro da Argentina, país essencial para e como o Brasil para a América Latina, é incerto.

As cunhas do neoliberalismo e da estupidez militar dos EUA já estão plantadas por aqui. Colômbia e Chile.

Os desafios das elites econômicas no Brasil, latifundiários, banqueiros e grandes empresários tem um componente complicado. São forças de natureza golpista, agarradas a privilégios, o que significa que reformas são indispensáveis para que se possa mexer na infra-estrutura política e econômica do Pais, abrindo perspectivas para uma independência completa e real, consumando o processo iniciado no governo Lula.

Dilma vai ter que enfrentar essa batalha para além dos caminhos tradicionais da política brasileira.

Vai ter que lutá-la nas ruas ampliando os canais de participação popular e alcançar através dessas forças os objetivos que os brasileiros que a elegeram sonham e desejam.

A própria configuração de sua vitória mostra isso. Perdeu as eleições em estados onde predomina o agro-negócio e onde são fortes as elites de extrema-direita. Tem a seu desfavor a mídia privada que tece loas à liberdade de expressão para garantir o controle do processo que é alienante e o domínio de poucas famílias num modelo em que curiosamente essa liberdade de expressão tem mão única.

As eleições mostraram sem disfarces essa face perversa do modelo.

São desafios que combinam políticas de fortalecimento da integração latino-americana, de ampliação dos mercados brasileiros com nações de outras partes, modelo pacientemente construído pelo governo Lula através do chanceler Celso Amorim – um dos grandes brasileiros de sua geração e da história de nossa diplomacia – com a preservação dos níveis de crescimento econômico e políticas sociais que permitam as reformas necessárias a que essa infra-estrutura perversa que ainda habita entre nós, possa se transformar de fato num governo popular.

Onde o cidadão fale, onde o povo seja o principal ator.

É como matar uma onça por dia. Os adversários são fortes, já mostraram não ter escrúpulos e deixaram claros os seus interesses e objetivos.

De saída a política externa traz desafios que têm largos reflexos na política, na economia e no social. Enfrentar a ação golpista dos EUA via Colômbia e Chile contra Venezuela, Bolívia, Equador, Uruguai, Paraguai e o esforço que farão para recuperar a Argentina.

Não aceitar as imposições quanto ao Irã, opor-se às políticas terroristas no Afeganistão, no Iraque e na Palestina, ampliar a integração com países de língua portuguesa e buscar formas de relacionamento com países da Comunidade Européia (uma espécie de protetorado dos EUA) que impliquem em equilíbrio político e econômico sem concessões que não resultem de consenso que possam beneficiar a ambos.

Se os governos da maioria dos países da Europa subordinam-se aos EUA, os povos das nações européias começam a perceber a armadilha travestida para além da economia, seja em cerco militar, ou em reformas neoliberais.

Ampliar as relações com a Rússia, estabelecer premissas novas para com a China, enfim, afirmar-se como potência mundial que, a permanecerem os números, em breve terá ultrapassado Itália, França e estará nos calcanhares de um semi falido Reino Unido.

A vitória de Dilma tem esse sentido, esse significado. E a certa altura com certeza irá passar por um momento de união nacional das forças progressistas em torno dessas questões básicas (vai ser necessária a maturidade dessas forças), sob pena de nada do que foi conquistado valer.

Nossos adversários internos e externos jogam o jogo em estreito acordo e com objetivos bem claros.

Dilma não vai encontrar e nem pode pensar em tratar o governo como um clube de inimigos e amigos cordiais. É só olhar as dificuldades enfrentadas por Lula e perceber que a dimensão de estadista do atual presidente se deveu, entre erros e acertos, à coragem de resistir.

E uma resistência que o Brasil excluído percebeu com clareza tal que elegeu Dilma.

Se os primeiros passos foram dados, os próximos serão em terreno bem mais pantanoso, pois os inimigos do Brasil sabem que um descuido e vamos ao chão.

Abraçar os movimentos populares, reciclar o caráter corporativo de boa parte do movimento sindical, evitar aparelhamentos pelegos, abrir as portas do processo à participação popular.

Trazer ao debate temas como o monopólio da informação (decisivo) e não se deixar encantar pelo canto do jogo institucional montado sobre estruturas que atendem apenas aos interesses dos donos.

Aprofundar a reforma agrária é de tal ordem importante, diz respeito à própria soberania nacional em vários campos. 

Se Dilma tem dimensão para isso? Claro que tem, vai ter que mostrá-la em cada dia de seu governo.

Existem momentos que enfrentar desafios se torna questão de sobrevivência. Esse é um deles. O nível da campanha eleitoral mostrou que é assim.