terça-feira, 11 de maio de 2010

Ogivas nucleares: quem é mesmo a ameaça?



Nos últimos anos, estamos vendo um debate feroz e uma propaganda sistemática da imprensa oficial, dirigida pelos organismos da ONU, de que Irã e Coreia do Norte seriam as novas ameaças à paz mundial. Países estes que, ao tentarem, supostamente, a produção de armas nucleares, estariam ameaçando a paz mundial e de suas regiões.

Nos últimos anos, também estamos vimos Índia e Paquistão adquirirem tecnologia para fabricação de armas nucleares, com ajuda dos EUA e da Rússia. Mesmo estes dois países estando numa guerra virtual, nenhum país do conselho de segurança da ONU – EUA, França, China, Rússia ou Inglaterra – pediu sanções ou algo similar a esses dois paises.

Hipocrisia e propaganda
Há 60 anos, tanto os EUA e a Rússia quanto França, Inglaterra, Israel e China possuem um arsenal de armas nucleares. Negam-se a destruí-los e ameaçam outros países com a possibilidade de desenvolver esta tecnologia para sua autodefesa.

Não somos defensores da proliferação de armamentos nucleares, mas também não somos hipócritas. Sabemos que o imperialismo usa o seu arsenal como argumento de chantagem para o não-desenvolvimento do mesmo por países ditos independentes.

No entanto, a imprensa mundial segue tratando como estados criminosos outros países que desenvolvem esta tecnologia, estados que não tem o aval do país chefe, os EUA.

A verdadeira ameaça
Quem realmente ameaça a paz mundial são os EUA. Nesta semana, aconteceu a conferência da ONU para a não-proliferação de armas nucleares. O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, foi o único chefe de Estado presente.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que seu país tem mais de 5 mil ogivas nucleares ativas, ou seja, enquanto se discute se Coreia do Norte ou Irã podem ou não desenvolver tecnologia nuclear, os Estados Unidos da América, ousa dizer que qualquer outro país que detenha a tecnologia é uma ameaça mundial. É sempre bom lembrar que os EUA foi o único país detentor de tecnologia nuclear a usá-la no Japão, nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, matando mais de 300 mil pessoas, em 1945.

Nenhuma confiança em Teerã nem em Washington
Não temos nenhuma confiança no governo de Teerã, mas também não será Barack Obama nem qualquer governo americano que garantirá a paz no mundo.

Os EUA, no final da Segunda Guerra jogaram bombas atômicas sobre a população civil, matando 300 mil pessoas no Japão. Portanto, não tem nenhuma moral para fazer discursos sobre ameaça de paz, seja contra o Irã, seja contra a Coreia do Norte.

Os mesmos EUA protegem Israel, detentor de armamento nuclear, contra o projeto iraniano. O mesmo Estado israelense atira contra civis palestinos com armamento pesado, a ONU não o condena nem desarma.

Nós, marxistas, defendemos um mundo sem armas nucleares, mas também não somos hipócritas a ponto de defender que os povos não possam se armar contra as agressões que o imperialismo e seus aliados arquitetam contra as populações dos países que não aceitem suas imposições.

Renato Lobato

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