terça-feira, 12 de outubro de 2010

Brasil é o novo teatro de operações da Guerra de 4ª Geração





Pedro Ayres
Jornalista

O presente post está diretamente vinculado ao que aconteceu e acontece na campanha eleitoral brasileira. Como se não bastassem as mentiras, as aleivosias, as calúnias e as difamações desqualificadoras por parte da grande mídia contra aqueles que ela tipifica como inimigos, a Internet, segundo a prática criada e aperfeiçoada com as "revoluções das cores", do "soft power" ou do "smart power", vem sendo um dos teatros de operações para mais esta batalha da Guerra de 4ª Geração que o imperialismo desenvolve contra os países que ousam recusar o seu domínio espoliativo.

São milhares de emails divulgando tudo aquilo que o sadismo político e moral da direita é capaz de criar. Um trabalho tão bem cuidado em termos de crueldade que seria capaz de chocar Mengele, Eichmann, Kurt Kraut, Franz Stangl ou Kurt Franz, tal o requinte de maldade e falta de qualquer tipo de sentimento que se possa chamar de ético ou de humanidade. É o crime novamente levado às culminâncias de um extermínio completo. Se com aqueles outros criminosos havia a preocupação com o fim físico dos seres humanos por eles presos e torturados, para os criminosos desta Guerra de 4ª Geração, o que importa é o extermínio moral de seus inimigos e a subjugação dos povos através do terror, do pânico e do medo.

Não há nenhum trégua, até porque com a conivência e a cumplicidade aética de representantes das mais variadas religiões e de organismos como o Instituto Millenium - criado especialmente para atuar na presente eleição -, a Prelazia Opus Dei e a fascista Tradição, Família e Propriedade -TFP, os ataques adquirem extrema virulência e ódio. Um ódio que até provocou uma pequena vítima inocente (http://mariafro.com.br/wordpress/?p=20009) e que tem a finalidade de permitir o retorno de um poder neoliberal fascista, farisáico e perdulário com a coisa pública como foram os governos de Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.

Este post tenta mostrar algumas das táticas e ações que essa direita pratica em todo o mundo, principalmente na América Latina.




Guerra de Quarta Geração:
Cuidado, seu cérebro está a ser bombardeado

por Manuel Freytas
A Quarta Guerra Mundial já começou. Enquanto V. descansa, enquanto V. consome, enquanto V. goza dos espectáculos que lhe oferece o sistema, um exército invisível está a se apoderar de sua mente, de sua conduta e de suas emoções. Sua vontade está a ser tomada por forças de ocupação invisíveis, sem que V. suspeite nada. As batalhas já não se desenvolvem em espaços longínquos, senão em sua própria cabeça. Já não se trata de uma guerra por conquista de territórios, senão de uma guerra por conquista de cérebros, onde V. é o alvo principal. O objetivo já não é matar, senão controlar. As balas já não apontam para o seu corpo, senão às suas contradições e vulnerabilidades psicológicas. Sua conduta está a ser checada, monitorada, e controlada por experts do ramo. Sua mente e sua psicologia estão sendo submetidas a extremas operações de Guerra de Quarta Geração. Uma guerra sem fronts, nem retaguardas, uma guerra sem tanques, nem fuzis, onde V. é ao mesmo tempo, a vítima e o vitimário.
Guerra Psicológica (ou Guerra Sem Fuzis)
Na definição conceitual do momento, a coluna vertebral da Guerra de Quarta Geração se enquadra dentro do conceito de guerra psicológica", ou "guerra sem fuzis", que foi utilizado, pela primeira vez, nos manuais de estratégia militar da década do setenta.


Em sua definição técnica, "Guerra Psicológica", ou "Guerra sem Fuzis", é o emprego planificado da propaganda e da ação psicológica orientadas a direcionar condutas, na busca de objetivos de controle social, político ou militar, sem recorrer ao uso das armas.


Os exércitos militares, são substituídos por grupos operativos descentralizados especialistas em insurgência e contrainsurgência, e por experts em comunicação e psicologia de massas.
O desenvolvimento tecnológico e informático da era das comunicações, a globalização da mensagem e a capacidade para influir na opinião pública mundial, converterão essas operações de ação psicológica mediática na arma estratégica dominante da 4GW.


Como na guerra militar, um plano de guerra psicológica está destinado a aniquilar, controlar ou assimilar o inimigo. A guerra militar e suas técnicas se revalorizan dentro dos métodos científicos de controle social, e convertem-se em uma eficiente estratégia de domínio sem o uso das armas. À diferença da Guerra Convencional, a Guerra de Quarta Geração não se desenvolve em teatros de operações visíveis.


Não há frentes de batalha com elementos materiais: a guerra desenvolve-se em palcos combinados, sem ordem aparente e sem linhas visíveis de combate, os novos soldados não usam uniforme e se mimetizan com os civis. Já não existem os elementos da ação militar clássica: grandes unidades de combate (tanques, aviões, soldados, frentes, linhas de comunicação, retaguarda, etc).


As bases de planejamento militar são substituídas por pequenos centros de comando e planejamento clandestinos, desde onde se desenham as modernas operações táticas e estratégicas.
As grandes batalhas são substituídas por pequenos conflitos localizados, com violência social extrema, e sem ordem aparente de continuidade.


As grandes forças militares são substituídas por pequenos grupos operativos (Unidades de Guerra Psicológica) dotados de grande mobilidade e de tecnologia de última geração, cuja função é destruir vínculos sociais e políticos mediante operações de guerra psicológica, criando cisões e divisões.
As unidades de Guerra Psicológica são complementadas por Grupos Operativos, infiltrados na população civil com a missão de detonar fatos de violência e conflitos sociais.


As táticas e estratégias militares, são substituídas por táticas e estratégias de controle social, mediante a manipulação informativa e a ação psicológica orientada a direcionar conduta social em massa.
Os alvos já não são físicos (como na ordem militar tradicional) senão psicológicos e sociais. O objetivo já não aponta à destruição de elementos materiais (bases militares, soldados, infra-estruturas civis, etc), senão ao controle do cérebro humano.


As grandes unidades militares (barcos, aviões, tanques, submarinos, etc) são substituídas por um grande aparato mediático composto pelas grandes redações e estúdios de rádio e televisão.
O bombardeio militar é substituído pelo bombardeio midiático: mensagens, símbolos, slogans e imagens substituem as bombas, mísseis e projéteis do campo militar.


O objetivo estratégico já não é a posse e o controle das áreas físicas (populações, territórios, etc) senão a apropriação e controle da conduta social em massa.


As unidades táticas de combate (operadores da guerra psicológica) já não disparam balas senão mensagens direcionadas a conseguir um objetivo de controle e manipulação de conduta social em massa.


Os tanques, fuzis e aviões são substituídos pelos meios de comunicação (os exércitos de quarta geração) e as operações psicológicas constituem-se na arma estratégica e operacional dominante.
O alvo
Na Guerra sem Fuzis, a Guerra de Quarta Geração (também chamada Guerra Assimétrica), o campo de batalha já não está no exterior, senão dentro de sua cabeça.


As operações já não se travam a partir da colonização militar para controlar um território, senão a partir da colonização mental para controlar uma sociedade.


Os soldados da 4GW já não são militares, senão experientes comunicadores em estimular a insurgência ou a contrainsurgência, que substituem as operações militares pelas operações psicológicas.


As balas militares são substituídas por mensagens, símbolos e slogans midiáticos que não destroem seu corpo, mas que anulam a sua capacidade cerebral de decidir por você mesmo.
Os bombardeios midiáticos com tais mensagens estão destinados a destruir o pensamento reflexivo ( informação, processamento e síntese) e a substituir por uma sucessão de imagens sem resolução de tempo e espaço (alienação controlada) .


Os bombardeios midiáticos não operam sobre sua inteligência, senão sobre sua psicologia: não manipulam sua consciência, senão seus desejos e temores inconcientes.
Todos os dias, durante as 24 horas, há um exército invisível que aponta para a sua cabeça: não utiliza tanques, aviões nem submarinos, mas informação direcionada e manipulada por meio de imagens e manchetes.


Os guerreiros psicológicos não querem que você pense sobre a informação recebida, mas que você consuma as notícias, títulos, imagens, que excitam seus sentidos e sua curiosidade, sem conexão entre si.


Seu cérebro está submetido à lógica de Maquiavel: "divide e reinarás": Quando sua mente se fragmenta em manchetes desligadas entre si, deixa de analisar (o quê, porquê e para quê de cada informação) e se converte em consumista de ordens psicológicas direcionadas através dessas mensagens.


As manchetes, títulos e as imagens são os mísseis de última geração que as grandes correntes midiáticas disparam com demolidora precisão sobre seu cérebro, convertido em teatro de operações da Guerra de Quarta Geração.


Quando V. consome títulos com "Bin Laden", "Al Qaeda", "terrorismo muçulmano": sua mente está consumindo mensagens de medo associadas com "terrorismo", e seu cérebro está a servir como teatro de operações para a "Guerra Contraterrorista", lançada para controlar as sociedades em escala global.


QuandoV. consome imprensa internacional ou nacional sem analisar os quê e os para quê dessas informações e os interesses do imperialismo que se movem por trás da cada notícia ou informação jornalística,V. está consumindo e sendo palco da Guerra de Quarta Geração.

3 comentários:

  1. guerra assimétrica é uma coisa e guerra psicologica é outra!!!
    pablo

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  2. Esse blog é muito bom, só é preciso um pouco mais de formatação nos textos. É preciso ter algum espaçamento entre os parágrafos, uma linha em branco talvez, se não fica tudo poluído. Também é recomendado que se separe as imagens dos textos por algumas linhas em branco.

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  3. Essa Guerra de Quarta Geração é exatamente o que está sendo aplicado aqui no Brasil e em toda a América Latina para sufocar os movimentos populares pela Justiça Social e na defesa da soberanis de nossos países.
    Vou divulgar ao máximo esse texto.Muito bom mesmo!
    Leandro Paulo

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